Polícia e investigação
Menino autista de 8 anos é torturado durante seis horas no interior de São Paulo
Um menino autista de 8 anos que desapareceu na noite do último domingo (14/11) foi encontrado dias depois desorientado e com marcas de agressão em Sorocaba, no interior de São Paulo.
A criança tinha ferimentos na boca e na cabeça e teve um pedaço da orelha arrancado. Para a família, o garoto, que é autista, foi torturado.
O caso foi registrado como lesão corporal de natureza grave e encaminhado ao 4º Distrito Policial do município. De acordo com as investigações, Fabrício Ballarini e Ana Luiza Carvalho são os autores da agressão.
“Ele foi amarrado na boca, amarrado nos braços. Foi torturado. Se quisessem matar ele, matavam, porque ele é uma criança e fizeram para torturar mesmo”, disse a irmã Érica dos Santos.
O garoto relatou que parou para ‘arrumar uma câmera de segurança que estava torta’ quando foi abordado por um homem e uma mulher que o agrediram. De acordo com Érica, o menino contou que os dois eram “muito bravos”.
O menino foi encontrado muito machucado por um morador de rua, que socorreu a criança e conseguiu ajuda para acionar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Casal admitiu que dopou a criança
De acordo com os delegados do 4º Distrito Policial, Fabrício Ballarini e Ana Luiza Carvalho foram indiciados por tentativa de homicídio qualificado, tortura, posse ilegal de arma, por manter cerca de 30 botijões de gás em casa, por pássaros em cativeiro e jogo de azar, já que na residência havia duas máquinas caça-níquel.
O casal estava monitorando o sistema de segurança da casa quando o menino autista apareceu e mexeu na câmera.
“O garoto tinha pedido uma caneta para a mãe e saiu de casa, sem a família saber, para procurar caneta e parou na casa do casal. Ele queria corrigir a câmera torta e, neste momento, os agressores saíram da residência e pegaram ele. As coisas horrorosas aconteceram dentro da casa. Durante 6 horas ele foi torturado”, conta a delegada.
Ainda segundo a polícia, o menino foi agredido com um pedaço de madeira na cabeça e pelo corpo. Um alicate também teria sido usado para tirar parte da orelha. Com o choro da vítima, ele foi dopado por um remédio usado pela agressora.
Após as seis horas de sofrimento, o casal colocou a criança em um carro e a abandonou em um terreno de um bairro pobre — momento em que o menino, sem esboçar reações, foi encontrado pelo morador de rua.
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