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    Saúde

    Ondas de calor fora do verão elevam risco de estresse térmico na Bahia

    Ondas de calor fora do verão na Bahia aumentam casos de estresse térmico, com maior risco para crianças, idosos, gestantes e trabalhadores expostos ao sol.

    22/11/2025 às 03:24

    Em várias cidades da Bahia, as ondas de calor deixaram de ser um problema restrito ao verão. Elas passaram a aparecer com mais frequência e com maior intensidade ao longo do ano, e isso elevou o risco de estresse térmico entre a população.

    O que é estresse térmico?

    O estresse térmico ocorre quando o corpo tem dificuldade para eliminar o calor que recebe. É como se o organismo ficasse 'sobrecarregado' — a transpiração e a dilatação dos vasos sanguíneos deixam de funcionar bem. Manter a temperatura corporal próxima de 36,5 °C fica mais difícil e há perda acentuada de sais minerais e eletrólitos.

    Os sinais comuns incluem fadiga, sensação de fraqueza, náuseas, tontura, sudorese intensa e aumento da frequência cardíaca. Esses sintomas podem agravar quadros de pressão alta e até causar internações por problemas cardiovasculares ou respiratórios.

    Quem está mais em risco?

    Estão entre os mais vulneráveis crianças, idosos, gestantes, trabalhadores expostos ao sol e pessoas em hemodiálise. A pesquisadora Sandra Hacon, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), lembra que a gravidade depende da duração da exposição ao calor, da existência de doenças prévias, das condições sociais e até de fatores genéticos.

    Impactos e números

    Além dos efeitos físicos, o calor intenso também afetou o ânimo e o sono: muitas pessoas relataram perda de energia, aumento da ansiedade e maior irritabilidade. Relatórios internacionais apontaram que, em 2020, foram contabilizadas cerca de 4.200 mortes de trabalhadores por exposição ao calor — um aumento de aproximadamente 66% em relação ao início dos anos 2000.

    Como se proteger no dia a dia?

    O que dá para fazer sem grandes dificuldades? Algumas medidas simples ajudam bastante:

    • manter hidratação ao longo do dia;
    • preferir alimentos frescos e menos gordurosos;
    • buscar sombra ou locais ventilados e evitar exposição nos horários de pico;
    • usar roupas leves e claras e aplicar protetor solar quando necessário;
    • recorrer, quando possível, à ventilação mecânica ou ao ar‑condicionado em ambientes fechados.

    O aumento das temperaturas fora do período tradicional de calor exige atenção tanto das políticas públicas quanto dos cuidados cotidianos. Pequenas ações podem reduzir riscos — especialmente entre quem já enfrenta maior vulnerabilidade.