Em várias cidades da Bahia, as ondas de calor deixaram de ser um problema restrito ao verão. Elas passaram a aparecer com mais frequência e com maior intensidade ao longo do ano, e isso elevou o risco de estresse térmico entre a população.
O que é estresse térmico?
O estresse térmico ocorre quando o corpo tem dificuldade para eliminar o calor que recebe. É como se o organismo ficasse 'sobrecarregado' — a transpiração e a dilatação dos vasos sanguíneos deixam de funcionar bem. Manter a temperatura corporal próxima de 36,5 °C fica mais difícil e há perda acentuada de sais minerais e eletrólitos.
Os sinais comuns incluem fadiga, sensação de fraqueza, náuseas, tontura, sudorese intensa e aumento da frequência cardíaca. Esses sintomas podem agravar quadros de pressão alta e até causar internações por problemas cardiovasculares ou respiratórios.
Quem está mais em risco?
Estão entre os mais vulneráveis crianças, idosos, gestantes, trabalhadores expostos ao sol e pessoas em hemodiálise. A pesquisadora Sandra Hacon, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), lembra que a gravidade depende da duração da exposição ao calor, da existência de doenças prévias, das condições sociais e até de fatores genéticos.
Impactos e números
Além dos efeitos físicos, o calor intenso também afetou o ânimo e o sono: muitas pessoas relataram perda de energia, aumento da ansiedade e maior irritabilidade. Relatórios internacionais apontaram que, em 2020, foram contabilizadas cerca de 4.200 mortes de trabalhadores por exposição ao calor — um aumento de aproximadamente 66% em relação ao início dos anos 2000.
Como se proteger no dia a dia?
O que dá para fazer sem grandes dificuldades? Algumas medidas simples ajudam bastante:
- manter hidratação ao longo do dia;
- preferir alimentos frescos e menos gordurosos;
- buscar sombra ou locais ventilados e evitar exposição nos horários de pico;
- usar roupas leves e claras e aplicar protetor solar quando necessário;
- recorrer, quando possível, à ventilação mecânica ou ao ar‑condicionado em ambientes fechados.
O aumento das temperaturas fora do período tradicional de calor exige atenção tanto das políticas públicas quanto dos cuidados cotidianos. Pequenas ações podem reduzir riscos — especialmente entre quem já enfrenta maior vulnerabilidade.

