PF explora novas pistas no caso do assassinato de Marielle Franco

A Polícia Federal está explorando novas pistas no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco. Além das questões relacionadas a disputas imobiliárias em áreas controladas pela milícia, a família Brazão surge com outras possíveis motivações para o crime, conforme informações do site Metrópoles.

Um ponto importante dessa investigação revela o aumento da tensão entre a família Brazão e membros do PSOL, partido de Marielle Franco, desde o período em que os irmãos Brazão faziam parte do PMDB (atual MDB). Entre os anos de 2007 e 2018, época em que o MDB estava no poder na Prefeitura do Rio de Janeiro, surgiram confrontos ideológicos fortes com o PSOL.

Conflitos Ideológicos e Investigação sobre Milícias

A relação conturbada entre os partidos ganhou foco durante a CPI das Milícias, que foi liderada por Marcelo Freixo, deputado estadual pelo PSOL e ex-chefe de Marielle. Esta CPI expôs as conexões perigosas entre o crime organizado e a política no Rio de Janeiro, destacando a liderança de certos parlamentares em grupos paramilitares.

De acordo com a PF, a família Brazão mantinha interações com esses grupos criminosos, especialmente na Comunidade de Rio das Pedras, conhecida como o berço da milícia na cidade. Essas relações se estendiam para outras áreas da região de Jacarepaguá, provocando uma grande repercussão negativa entre os políticos envolvidos na investigação da CPI.

Desdobramentos Políticos e Operação Cadeia Velha

A oposição do PSOL à nomeação de Domingos Brazão para um cargo importante no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro também intensificou o conflito com a família Brazão. A situação escalou quando Marielle publicou, em suas redes sociais, um vídeo de Marcelo Freixo criticando a postura de Flávio Bolsonaro, favorável à indicação de Domingos Brazão.

Como resposta às ações do PSOL, que conseguiu suspender a nomeação de outro deputado do PMDB através de uma liminar da Justiça, a Polícia Federal lançou a Operação Cadeia Velha, prendendo três deputados do PMDB ligados aos Brazão e revelando ainda mais a profundidade dos laços entre a política e as atividades criminosas no Rio.