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    Tecnologia

    Influência da IA no pensamento crítico e nas relações sociais

    Estudo revela como a crescente influência da IA impacta o pensamento crítico e as interações sociais na Noruega.

    22/11/2025 às 00:23

    A crescente influência da inteligência artificial (IA) sobre o pensamento crítico é motivo de preocupação entre pesquisadores, conforme aponta um estudo recente publicado no TechXplore. O professor de inovação em mídia da Universidade de Oslo, Petter Bae Brandtzæg, destaca que a IA já está moldando julgamentos humanos e comprometendo a capacidade de análise crítica.

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    A ascensão das ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT, ocorreu em um ritmo sem precedentes, tornando-se elementos permanentes na rotina de milhões em apenas alguns anos. Essa mudança não se limita a inovações tecnológicas, mas reflete uma transformação cultural significativa. Como observa Brandtzæg, a IA entrelaça-se nas redes sociais, em softwares de processamento de texto e em diversas plataformas de informação, tornando-se uma presença onipresente nas vidas das pessoas.

    O investigador liderou o projeto denominado “Uma Sociedade Impulsionada por IA”, em colaboração com o instituto SINTEF, com o objetivo de explorar os impactos dessa tecnologia em áreas como leitura, escrita e tomada de decisões. Um relatório de 2022 da Comissão Norueguesa para a Liberdade de Expressão falhou ao não considerar a repercussão da IA generativa, uma omissão que se evidenciou com a ampliação do uso do ChatGPT.

    A pesquisa também apresentou o conceito de “individualismo em IA”, refletindo uma nova dinâmica em que as interações humanas são substituídas por interações com sistemas de IA. Estudantes do ensino médio têm demonstrado preferência por chatbots, mencionando que esses serviços oferecem suporte emocional e conselhos práticos, algo que poderia ser obtido em interações humanas.

    Brandtzæg ressalta que essa mudança resulta em uma diminuição das conexões sociais e em um vício nas respostas automatizadas. O “poder do modelo”, mencionado pelo pesquisador, se refere à tendência da sociedade em seguir a visão dominante da IA devido à escassez de alternativas. Ele também alertou para o risco de homogeneização cultural, uma vez que 99,9% das IAs utilizadas na Noruega provêm dos Estados Unidos, levantando questões sobre a influência de valores externos.

    O desdobramento das pesquisas indica que o uso crescente de IA precisa ser acompanhado de uma reflexão crítica sobre seus impactos nas relações interpessoais e na liberdade de expressão.