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    Falhas em testes de segurança aumentam riscos para mulheres em acidentes

    Estudos revelam que a falta de testes adequados para mulheres aumenta os riscos de lesões em acidentes de veículos e aeronaves.

    20/11/2025 às 05:06

    Estudos recentes revelam uma falha significativa nos testes de segurança de veículos e aeronaves, que tradicionalmente priorizam a proteção masculina. Os bonecos de teste utilizados nesses procedimentos, em sua maioria, replicam as características de um homem médio, resultando em um aumento no risco de ferimentos graves para as mulheres em acidentes.

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    A pesquisa destaca que, embora existam estatísticas que comprovam a vulnerabilidade das mulheres em acidentes, a maioria dos testes antropomórficos é baseada em modelos masculinos, como o Hybrid III, que tem 175 cm de altura e 78 kg. Para as mulheres, os manequins disponíveis são versões reduzidas, como o Hybrid HIII-5F, que se assemelha mais a uma menina do que a uma mulher adulta.

    Apenas recentemente, um novo manequim que simula uma mulher de estatura média (162 cm e 62 kg) foi desenvolvido por uma equipe sueca, liderada pela pesquisadora Astrid Linder. Apesar desse avanço, a utilização desse modelo feminino nos testes de segurança ainda não se tornou obrigatória, perpetuando a desproporcionalidade na proteção.

    O aumento na gravidade das lesões em mulheres, mesmo em acidentes de baixa intensidade, é atribuído a uma combinação de fatores, incluindo a posição dos assentos, diferenças na anatomia, como quadris mais largos e ligamentos mais flexíveis, além da falta de adequação dos sistemas de segurança, previamente testados em manequins masculinos. Na aviação, protocolos similares têm sido seguidos, com todos os testes de pouso de emergência utilizando, exclusivamente, manequins masculinos.

    Especialistas enfatizam a necessidade urgente de reformulação das normas de segurança, para que considerem as especificidades femininas. As diferenças fisiológicas entre os sexos não podem ser ignoradas, e é crucial que o desenvolvimento de tecnologias em segurança veicular e de aviação seja inclusivo, visando a proteção equitativa de todos os passageiros.