A Polícia Civil de Alagoas divulgou os depoimentos de testemunhas no caso do médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, assassinado a tiros no último domingo (16) em Arapiraca, no Agreste do estado. A ex-esposa da vítima, a médica Nádia Tamyres, é apontada como autora do crime.
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As testemunhas ouvidas foram Emerson Lima, irmão de Nádia Tamires, e Edjúlia Oliveira, esposa de Emerson. Emerson relatou à polícia que foi criado por Nádia Tamires e pelo médico Alan Carlos desde os oito anos de idade. Em seu depoimento, ele afirmou que inicialmente apoiou a irmã nas denúncias feitas contra Alan Carlos, mas, com o tempo, percebeu inverdades nas acusações contra o cunhado.
Edjúlia Oliveira, por sua vez, informou à polícia que a vítima não foi ao local do crime com a intenção de atentar contra a vida de Nádia Tamires.
O homicídio ocorreu em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS) do Sítio Capim, onde Alan Carlos estava para entregar um bolo a uma conhecida. Testemunhas informaram que a suspeita chegou ao local já com uma arma em punho, acusando o médico de ter quebrado uma medida protetiva e ameaçando sua vida. Também foi registrado um relato de ameaça atribuída ao médico Alan Carlos: "se tivesse bala eu ia atirar em você", embora o contexto da frase não tenha sido detalhado. O médico tentou fugir em seu veículo, mas foi atingido por um disparo no peito, que causou sua morte.
A perícia confirmou que, apesar de o carro ter sido atingido por pelo menos oito tiros, apenas um disparo atingiu a vítima, causando o óbito. Duas armas de fogo foram apreendidas na residência onde o casal morava, uma registrada em nome do médico e outra em nome da suspeita, e passarão por exames para identificar qual foi utilizada no crime.
O contexto do homicídio envolve uma disputa judicial pela guarda da filha do casal. Em 2024, a ex-companheira havia acusado Alan Carlos de estupro de vulnerável contra a criança, mas ele foi absolvido após laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovar a inexistência de abuso. Recentemente, o médico havia conseguido o direito de visita à filha uma vez por semana, decisão que, segundo relatos, teria causado insatisfação na ex-esposa.
No momento do crime, a filha do casal estava sob os cuidados da avó materna, que permanece com a guarda da criança após decisão judicial. O Conselho Tutelar acompanhou a situação e confirmou que a criança está em segurança.
As investigações seguem sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios de Arapiraca, que aguarda os resultados dos laudos periciais para dar continuidade ao inquérito.


