A Vara Criminal e Crimes Contra a Criança e o Adolescente da Comarca de Feira de Santana, na Bahia, acatou uma nova denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que envolve o deputado estadual Binho Galinha (PRD) e sua família. O parlamentar, já preso preventivamente, é considerado líder de uma milícia com mais de 10 anos de atuação na região.
De acordo com a acusação, sua esposa, Mayana Cerqueira da Silva, teria continuado a operar a organização criminosa enquanto cumpria prisão domiciliar, utilizando intermediários para a movimentação financeira do grupo, incluindo Cristiano de Oliveira Machado, que recebia pagamentos de atividades ilícitas em sua conta para ocultar a origem dos recursos.
A decisão da juíza Márcia Simões Costa enfatiza que a denúncia do MP-BA é clara e pormenorizada, e ordena à Polícia Federal que apresente laudos periciais referentes a celulares e armas apreendidos dos denunciados, além de relatórios sobre um veículo Porsche vinculado ao caso. A magistrada também homologou o pedido do MP-BA para arquivar parte de um inquérito policial por falta de elementos suficientes para prosseguir em determinados pontos.
A nova denúncia, protocolada em 30 de outubro, reforça a liderança de Binho Galinha no esquema criminoso, que inclui práticas de agiotagem e lavagem de dinheiro, detalhando a ascensão do parlamentar à liderança após a morte do antigo chefe da organização, conhecida como Orcrim.
Com as investigações em andamento, a denúncia aponta ainda que o grupo operava de forma contínua, utilizando táticas de intimidação armada. As próximas etapas do processo devem incluir a juntada de novas provas e a reunião de testemunhas, conforme estipulado pela Justiça.

