O bairro de Pernambués, em Salvador, foi destaque em um seminário promovido pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) na quarta-feira (12), ao liderar denúncias de poluição sonora atribuídas a veículos. O evento teve como foco a discussão de estratégias para combater esse problema, que atinge 44% da população da capital baiana, conforme apontou uma pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis divulgada em junho.
Durante a atividade, a promotora de Justiça Hortênsia Gomes Pinho, responsável pela Promotoria de Justiça do Meio Ambiente e Habitação e Urbanismo do MP-BA, afirmou que Salvador enfrenta cerca de 70 reclamações diárias sobre poluição sonora e destacou a necessidade de promover a consciência social em relação ao problema. “Precisamos trabalhar estratégias de consciência social, solidariedade e respeito ao próximo. Salvador é a capital da música, mas não precisa ser a líder em poluição sonora”, disse.
Dados apresentados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) revelaram um total de 22.026 denúncias de poluição sonora na cidade entre janeiro e 9 de novembro de 2025. Deste total, 6.350 ocorrências foram relacionadas a veículos, superando as 4.387 reclamações sobre bares e estabelecimentos similares. O agente de fiscalização ambiental da Sedur, Judielson Castro, ressaltou a importância de um planejamento urbano adequado e a implementação de medidas preventivas para reduzir os conflitos entre residências e bares.
Entre as sugestões para o combate à poluição sonora estão ações de conscientização em escolas, a criação de delegacias de meio ambiente para auxiliar a fiscalização e a implantação de sonômetros modernos. Além disso, foi discutida a Operação Silere, que visa combater irregularidades e suas implicações na segurança pública, conforme explicou o coronel Raimundo Cerqueira.
O engenheiro Olavo Fonseca, da Sonar Engenharia, apresentou os impactos nocivos dos ruídos na saúde e defendeu a criação de mapas acústicos como ferramentas essenciais para a gestão urbana. A poluição sonora é considerada crime, com penas que variam de um a quatro anos de prisão, além de multas significativas. O MP-BA mantém canais abertos para denúncias, incluindo o Disque Salvador 156 e seu site oficial.

