No dia 6 de outubro, o Nubank anunciou a transição de seu modelo de trabalho, optando por duas jornadas presenciais por semana até julho de 2026 e três a partir de janeiro de 2027, encerrando assim o trabalho 100% remoto. O comunicado, feito em uma reunião que reuniu cerca de 7 mil dos 9,5 mil colaboradores, foi criticado por gerar insatisfação entre alguns funcionários, resultando em 12 demissões no dia seguinte.
A fintech justificou as dispensas afirmando que não se tratavam de demissões por discordância em relação ao novo regime, mas sim devido à conduta inadequada dos colaboradores, que, segundo a empresa, teriam extrapolado os limites do respeito nas manifestações. O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo repudia a atitude da fintech e questiona a falta de aviso prévio, enfatizando que a reunião foi marcada sem comunicar o órgão.
A presidenta do sindicato, Neiva Ribeiro, procurou esclarecimentos junto à diretoria do Nubank, questionando a lógica das demissões e pedindo transparência sobre os critérios usados. Segundo ela, é contraditório convidar os funcionários a se manifestarem e depois os punirem com desligamentos. A entidade pretende realizar uma reunião virtual para discutir os acontecimentos e apurar os motivos das dispensas.
Neiva se manifestou em sua conta no LinkedIn, solicitando uma conversa urgente para abordar as demissões. Em resposta a críticas, o ex-funcionário Rafael Calsaverini questionou a mudança na postura da empresa em relação às manifestações internas, considerando contraditório o fim de uma prática que permitia o diálogo. O CEO do Nubank, David Vélez, retrucou afirmando que as demissões foram resultado de comportamentos inaceitáveis camaradas à desrespeito e que não se aceitaria tal atitude em uma convivência saudável.
O Nubank reafirmou seu compromisso com um ambiente de trabalho respeitoso, destacando que não tolera infrações de conduta, embora não discuta casos individuais de desligamentos. O sindicato, por sua vez, aguarda novas discussões sobre o tema e a cordialidade nas relações de trabalho.

