Pesquisadores nos Estados Unidos estão abrindo uma nova frente de estudo para entender o Alzheimer. A grande questão agora é se medicações desenvolvidas para combater o HIV poderiam oferecer uma defesa surpreendente contra essa demência. Uma pesquisa recente da Universidade de Virgínia trouxe essa importante discussão à tona, solicitando que testes clínicos sejam realizados para confirmar a hipótese.
Observações iniciais indicam menor risco
Os primeiros olhares sobre o tema mostram um padrão que chamou a atenção dos cientistas. Pacientes que já fazem uso contínuo das medicações para tratar o HIV apresentaram uma chance significativamente menor de desenvolver a doença de Alzheimer. É uma correlação que merece ser investigada a fundo.
Detalhes da pesquisa e a ação dos ITRNs
Sob a liderança do cientista Jayakrishna Ambati, a equipe da Universidade de Virgínia se aprofundou nesse potencial benefício. Eles analisaram como certos medicamentos, chamados ITRNs, impactam o organismo de milhares de pacientes. Os resultados preliminares sugerem que alguns desses fármacos podem diminuir o risco de desenvolver Alzheimer em até 13% a cada ano.
Mas o que são exatamente os ITRNs? A sigla refere-se a Inibidores da Transcriptase Reversa Nucleosídeos. No tratamento do HIV, eles são fundamentais porque impedem o vírus de se multiplicar, contendo a progressão da infecção. Segundo Jayakrishna Ambati, estima-se que mais de 10 milhões de pessoas no mundo recebam um diagnóstico de Alzheimer anualmente.
A pesquisa examinou informações de grandes bancos de dados de planos de saúde nos Estados Unidos, comparando o risco de Alzheimer entre pacientes que já tomavam ITRNs e aqueles que não tomavam. Os achados indicam que, se confirmada, a terapia com esses medicamentos poderia ajudar a evitar cerca de 1 milhão de novos casos da doença por ano.