O ministro das Comunicações, Sidônio Palmeira, comentou nesta sexta-feira (25) as discussões com os Estados Unidos sobre a imposição de uma tarifa de 50% nas importações de produtos brasileiros. Durante o evento “Café com Ministro”, realizado no Espaço de Articulação Coletiva do Ecossistema Publicitário da Bahia (Apab-BA), em Salvador, o ministro enfatizou a intenção do governo brasileiro em manter o diálogo, mas destacou que a soberania nacional não será comprometida.
Diálogo e Soberania
Palmeira indicou que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca negociar para evitar a taxação que pode ser implementada em breve. Ele reforçou a disposição do Brasil para tratar de temas como produtos agrícolas e industriais, mas ressaltou um ponto de divergência: o sistema de pagamentos Pix.
“A gente tem um desafio com essa da taxação que pode vir no dia 1º. Eu queria colocar que o governo pretende não sair da mesa de negociações, a gente pretende negociar. O que a gente não tem condições de abrir mão, é sobre a soberania nacional e tem o Pix que eu falei um pouco com vocês, o motivo que é difícil a negociação. O resto sobre produtos e tudo o governo está à inteira disposição para a negociação”, afirmou Sidônio Palmeira.
Balança Comercial e Otimismo
O ministro rebateu uma declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao afirmar que, na realidade, o Brasil possui um déficit na balança comercial com os americanos. Segundo ele, nos últimos 15 anos, esse déficit brasileiro alcançou US$ 410 bilhões. Palmeira expressou otimismo quanto às tratativas, mencionando a relação comercial de 200 anos entre as duas nações.
“Espero que governo americano tope negociar. Na verdade, o Brasil é que tem um déficit na balança comercial de US$ 410 bilhões durante 15 anos. Mas o Brasil está aberto à negociação, tanto os produtos na agropecuária como produtos industriais, ou qualquer outra coisa que tenha nessa relação que dura há 200 anos a relação comercial com os Estados Unidos”, complementou o ministro.
O “Patrimônio Nacional” Pix
Apesar do cenário de negociações, Sidônio Palmeira alertou que o Pix pode se configurar como um obstáculo nas conversas com a administração de Donald Trump. O presidente americano solicitou uma investigação sobre a modalidade de pagamentos, caracterizando-a como uma “prática desleal” aos interesses americanos.
Palmeira defendeu o Pix, categorizando-o como um “patrimônio nacional” que permite transações financeiras sem custo. O sistema foi desenvolvido por profissionais do Banco Central, com concepção entre 2014 e 2016 e implementação em 2020. O ministro reiterou a importância de proteger a plataforma e manifestou a esperança de que ela não seja o principal foco de impedimento nas negociações.