O futuro político do senador Angelo Coronel, filiado ao PSD, virou tema de debate em Salvador. Não apenas o próprio senador discute seus próximos passos, mas também importantes nomes do grupo governista na Bahia. Coronel tem demonstrado interesse em garantir mais um mandato no Senado e, para isso, tem feito movimentos em direção à oposição. Essa movimentação estaria deixando líderes do governo em estado de alerta, pensando em como lidar com a situação.
Possível Plano de Retaliação em Debate
Nos bastidores, fala-se de um plano em estudo pela cúpula do governo. A ideia seria uma forma de “retaliar” o senador caso ele realmente mude de lado. Essa decisão de Coronel, em busca de sua reeleição, teria efeitos diretos nos mandatos de seus filhos. Diego Coronel, deputado federal, e Angelo Filho, deputado estadual, também poderiam sentir o impacto. A estratégia em análise seria focar nas bases eleitorais dos dois, buscando diminuir sua força em votos para as próximas eleições.
Essa ação planejada serviria como um aviso, buscando desencorajar o senador a se aliar à oposição. Mostraria que o grupo governista possui meios de influenciar, não só a candidatura do próprio Coronel, mas também as de seus filhos. A disputa seria como um cabo de guerra. De um lado, a capacidade de influência do senador junto às prefeituras do interior baiano. Do outro, a força da gestão petista na Bahia, com suas entregas e ferramentas para tentar neutralizar os votos ligados a Coronel.
Distanciamento e Aproximação com a Oposição
Recentemente, Coronel comentou sobre o ritmo do debate político para o pleito de 2026. Ele expressou alívio com o que chamou de esfriamento da discussão. “Ainda bem que esfriou. Vamos pensar em política no próximo ano”, disse o senador. Ele considerou que tratar do assunto com quase dois anos de antecedência foi “muito extemporâneo”, referindo-se à intensa agitação política após o período de Carnaval na Bahia.
Apesar das palavras de Coronel, há uma percepção diferente dentro do governo. Integrantes do grupo sentem um “distanciamento” claro do senador. Interlocutores próximos indicam que a forma como Coronel se relaciona com importantes líderes mudou. Segundo uma fonte ouvida, ele tem conversado menos com o senador Jaques Wagner, quase nada com o governador Jerônimo Rodrigues, e a comunicação com o ministro Rui Costa seria praticamente nula.
Além do afastamento com os principais nomes do governo, outro ponto chama a atenção da ala governista: a aproximação com a oposição. Fontes do governo afirmam que o senador Coronel tem mantido uma agenda regular de encontros. Ele estaria se reunindo periodicamente, com frequência semanal, com o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, líder da oposição, e com o atual prefeito da capital, Bruno Reis, ambos do partido União Brasil.