O Reino Unido anunciou esta semana que não pretende autorizar testes de geoengenharia solar na Antártida. A decisão segue a recomendação do Comitê de Auditoria Ambiental do Parlamento, que apontou riscos ao meio ambiente, incertezas sobre a eficácia das técnicas e potenciais conflitos com o tratado que rege o continente gelado.
Por que isso importa além do Polo
O anúncio repercutiu em Salvador, na Bahia. Gestores públicos e especialistas acompanharam o debate porque intervenções desse tipo podem ter efeitos indiretos em setores locais, como:
- Agricultura
- Turismo
- Infraestrutura de energia
Em outras palavras: mesmo ações planejadas para regiões polares podem influenciar cadeias econômicas e políticas de adaptação em lugares distantes.
A geoengenharia solar propõe reduzir a temperatura média do planeta refletindo parte da luz solar de volta ao espaço — uma medida que, na teoria, poderia trazer um alívio rápido ao aquecimento. Mas pesquisadores e parlamentares levantaram dúvidas sobre os custos, a eficácia a longo prazo e a necessidade de manter a intervenção indefinidamente.
O Comitê de Auditoria Ambiental destacou riscos à vida marinha e à integridade de ecossistemas e recomendou que o governo esclareça sua posição antes de autorizar qualquer intervenção em áreas protegidas. Uma equipe de mais de três dúzias de cientistas também alertou que propostas para resfriar artificialmente regiões polares são caras, difíceis de viabilizar e potencialmente perigosas.
“altamente incertos”, disse relatório da União Europeia sobre os benefícios dessas tecnologias, que também destacou o risco de uso indevido por atores mal-intencionados.
Em resposta ao pedido parlamentar, as autoridades britânicas afirmaram não haver planos para implantar essas técnicas na Antártida ou em outro local. Ao mesmo tempo, deixaram claro que o país seguirá colaborando com parceiros internacionais em pesquisas sobre geoengenharia.
No mesmo período, a União Europeia anunciou que pretende participar de um esforço internacional para avaliar, de forma coordenada, intervenções em larga escala destinadas a enfrentar as mudanças climáticas.
Como desdobramento confirmado, permanecerão abertas investigações e cooperações científicas internacionais sobre o tema. O Parlamento britânico manteve a recomendação de que qualquer iniciativa futura seja precedida por avaliações ambientais e legais detalhadas.
Em resumo: a pesquisa continua, mas qualquer teste só deve avançar após avaliações rigorosas e clareza legal.