Quem acompanha os bastidores da política na Bahia deve ter se surpreendido com a cena: a deputada federal Roberta Roma (PL) e ACM Neto (União Brasil) juntos, sorrindo, em uma foto nas redes sociais da parlamentar. Para quem não sabe, esses dois estavam em lados opostos de um ringue político nos últimos dois anos. Agora, esse encontro inesperado não só encerra um longo período de desavenças, mas também promete balançar as estruturas para as eleições de 2026, abrindo um novo capítulo de diálogo após um conflito pra lá de intenso.
A briga que ninguém esperava (ou esperava?)
Para entender a dimensão dessa reaproximação, precisamos voltar a 2022. Naquele ano, o caldeirão político ferveu com a disputa pelo governo da Bahia. De um lado, ACM Neto; do outro, João Roma, marido de Roberta. Eram adversários diretos e, como em toda boa novela, as trocas de acusações foram pesadas. João Roma chegou a cutucar, questionando a “preparação psicológica” de Neto para governar. A resposta veio à altura: o ex-prefeito de Salvador não mediu palavras e chamou Roma de “desleal”, movido por uma “sede de poder”. A própria Roberta Roma confessou ter sentido uma “decepção” com a escalada das tensões. Mas, como nem tudo é preto no branco, no segundo turno, em um movimento estratégico contra o então governador Jerônimo Rodrigues (PT), João Roma acabou declarando apoio a ACM Neto. Uma ponta de esperança já ali?
A raiz da discórdia: uma amizade de décadas em jogo
A verdade é que essa briga não começou em 2022. A ferida aberta remonta a 2021, quando João Roma, que era praticamente a sombra de ACM Neto por mais de duas décadas – chegando a ser chefe de gabinete na Prefeitura de Salvador –, aceitou um convite de Jair Bolsonaro para entrar no governo. Detalhe crucial: isso aconteceu contra a vontade de Neto, que ainda por cima é padrinho de um dos filhos de Roma. Imagina só a cena! Neto, sem rodeios, chamou o ato de “traição política” e uma “decepção indescritível”. Até a vereadora Roberta Caires (Patriota), braço direito de Neto, não poupou críticas, acusando o então ministro de ingratidão. A própria Roberta Roma, em um desabafo na época, resumiu a dor: “Tínhamos uma relação pessoal de mais de 20 anos. Fui testemunha da dedicação de João a Neto durante todo esse tempo. A decepção que senti depois da declaração dada, após a nomeação, foi algo indescritível”, relatou a parlamentar. Uma verdadeira ruptura de laços que pareciam inabaláveis.
Farpas viram abraços: um novo (velho) começo?
A legenda da foto de Roberta Roma nas redes sociais resumia bem o clima: “Quem diria que depois de tantas farpas, viriam abraços?”. Ela ainda completou que “o propósito de vida falou mais alto” e que “o amor voltou a imperar”. Sabe quando a gente vê um sinal e depois ele se confirma? Foi exatamente o que aconteceu. João Roma já vinha dizendo publicamente que uma reaproximação com Neto seria inevitável, pensando nas estratégias para 2026. Esse “gelo” quebrou de vez, não só colocando um ponto final em uma desavença pessoal e política bem profunda, mas também desenhando novos caminhos para a próxima corrida eleitoral na Bahia. Prepare-se, porque as alianças e possíveis chapas no estado podem mudar completamente!
Essa reconciliação, simbolizada por uma simples foto, mexe com todo o jogo político. É como se o tabuleiro eleitoral da Bahia tivesse sido chacoalhado, e agora as peças precisarão se reencaixar. Fique de olho: os próximos passos de ACM Neto e do grupo de João Roma serão decisivos para vermos como essa trégua vai moldar as alianças e quem vai disputar o quê nas eleições de 2026. A política baiana, como sempre, promete fortes emoções!