Os membros do Diretório Nacional do PSDB deram um passo importante nesta quinta-feira (5). Em convenção realizada em Brasília, eles aprovaram a incorporação do partido pelo Podemos. Foram 201 votos favoráveis e apenas dois contrários, uma aprovação por ampla maioria.
Embora chamado de fusão por alguns líderes, como o presidente do PSDB, Marconi Perillo, a operação é, na verdade, uma incorporação. O nome inicial será PSDB+Podemos, mas uma nova identidade será definida depois, ouvindo os filiados e fazendo pesquisas.
Próximos Passos e Estrutura
Na mesma convenção, os membros do diretório tucano deram poder à Executiva Nacional. A tarefa é clara: tomar as medidas necessárias para a incorporação. Isso inclui acertar com o Podemos o texto comum do programa e do estatuto do futuro PSDB+Podemos. A reunião aconteceu de forma híbrida, com a maioria participando pela internet.
Liderança e a Visão do Podemos
A presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu, deve seguir no comando. Porém, líderes do PSDB querem negociar um rodízio na presidência, com cada grupo assumindo por seis meses. A deputada não estava presente na convenção do PSDB.
Renata Abreu já falou publicamente sobre o tema em suas redes sociais. Para ela, a incorporação mostra uma união de propósitos. O objetivo? Colocar o interesse público acima de disputas ideológicas e extremismos. Ela vê essa sinalização como um fortalecimento do caminho que já vinha sendo construído.
“Essa sinalização fortalece o caminho que já vínhamos construindo, pautado pelo diálogo, respeito mútuo e pela busca de uma alternativa sólida para o Brasil”, disse a deputada. Ela completou, “uma alternativa que una forças comprometidas com o centro democrático, a estabilidade institucional e o desenvolvimento sustentável do país”.
Reflexões e o Futuro
A Convenção Nacional do PSDB em Brasília teve pouca gente na sede do partido. A semana estava esvaziada por causa do Fórum Parlamentar dos Brics. Mesmo assim, líderes como o deputado Adolfo Viana, líder do PSDB na Câmara, estiveram presentes.
Após a decisão, Marconi Perillo, ex-governador de Goiás e presidente do PSDB, criticou a polarização política. Ele apresentou o novo partido como uma alternativa de centro. É um posicionamento claro para o eleitorado.
O deputado mineiro Aécio Neves, que liderou o PSDB entre 2013 e 2017, fez uma reflexão sobre o partido. Ele reconheceu que a legenda perdeu espaço na política nacional. Em sua visão, isso aconteceu por causa de “decisões equivocadas” tomadas pela legenda.
“Tomamos decisões equivocadas e pagamos um preço alto por elas”, afirmou Aécio Neves. Ele adicionou, “Mas não perdemos o sentimento de que é possível ter no Brasil um partido programático, que foi motivador da fundação do PSDB”. O deputado negou que o medo da cláusula de barreira seja o motivo principal da incorporação.
Qual o próximo passo para os partidos? A ideia é protocolar o pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em julho. Eles esperam o aval da Corte até setembro ou outubro. Depois, os dirigentes querem negociar uma federação com outras legendas, como o Solidariedade. Assim avança o processo de união partidária no Brasil.