Uma notícia importante para a infraestrutura da Bahia chegou esta semana. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deu um passo significativo ao publicar o extrato de requerimento de uma empresa interessada em construir e explorar uma ferrovia entre Salvador e Feira de Santana. Essa ligação teria cerca de 98 quilômetros e a autorização seria válida por 99 anos. A decisão, assinada pelo superintendente de Transporte Ferroviário da ANTT, Alessandro Baumgartner, busca dar transparência ao pedido e abrir espaço para manifestações de interessados, como manda a lei.
A partir de 22 de maio de 2025, quando a publicação entra em vigor, o projeto segue para as próximas etapas. Haverá espaço para manifestações públicas e avaliações técnicas detalhadas antes que a autorização final seja concedida. É um processo que exige atenção e participação.
Quem está por trás do pedido?
A empresa que pediu a autorização é a TIC Bahia Ltda. Ela foi criada recentemente, em novembro de 2024, e fica em Feira de Santana. O registro da empresa na Receita Federal mostra que sua atividade principal é “serviços de engenharia”.
Mas quem são os nomes por trás da TIC Bahia? No quadro de sócios aparecem Osvaldo Ottan Soares de Souza, que é sócio-administrador e dono da Belvedere Construtora, também de Feira de Santana, e Danilo Silva Ferreira. Danilo tem uma ligação interessante com o setor público: ele foi diretor de Políticas e de Mobilidade da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) da Bahia.
A Sedur, aliás, participou de um grupo de estudos com o Ministério dos Transportes para analisar essa mesma proposta de ferrovia. O currículo de Danilo, que é engenheiro, aponta que, como diretor da Sedur, ele esteve envolvido no estudo de demanda para o “trem Intercity Salvador – Feira de Santana”. E a conexão não para por aí: ele também lista que trabalhou como gerente de obra na Belvedere Construtora, de Osvaldo Ottan, e teria participado da construção da torre empresarial Charmant Hotel & Business em Feira de Santana.
A ideia não é de hoje
Para quem acompanha o assunto, a ideia de ligar Salvador e Feira por trilhos não é exatamente nova. Em junho de 2023, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, já falava sobre isso. Na época, o governo e a CCR, empresa que opera o metrô de Salvador, anunciaram que começariam os estudos para ver a viabilidade do projeto. Danilo, em uma entrevista na época, chegou a falar que as análises iniciais já estavam mais avançadas.
Esse tipo de projeto é chamado de “Intercidades”. Sabe o que isso significa? É um transporte de trem expresso, feito para passageiros, que conecta cidades que ficam um pouco mais distantes das áreas urbanas principais. O objetivo é facilitar a integração entre diferentes regiões.
Quais são os benefícios esperados?
A apresentação do projeto fala em muitos pontos positivos se a ferrovia sair do papel. Um dos principais é o alívio nas estradas que ligam as duas cidades. Com mais gente usando o trem, pode diminuir a poluição e o número de acidentes nas rodovias.
O trem também poderia impulsionar a economia ao longo do trajeto, estimulando a criação de novos empreendimentos, tanto imobiliários quanto de serviços. Além disso, ele pode ajudar a aproveitar melhor trechos de rodovias que hoje são subutilizados. E, claro, o tempo de viagem seria bem menor.
Hoje, ir de Salvador a Feira de Santana de carro leva, em média, 71 minutos. Com o trem expresso, esse tempo poderia cair para apenas 35 minutos. Imagine a diferença no dia a dia das pessoas!
Algumas cidades no caminho também poderiam ganhar estações e se beneficiar da nova ligação. O projeto menciona possíveis paradas em:
- Santo Amaro
- Candeias
- Simões Filho
- Uma estação na BR-101, já perto de Feira.
É um projeto com potencial para transformar a mobilidade e a vida na região.