Em Brasília, na terça-feira (14), uma mesa-redonda realizada na Pré-COP30 mostrou a nova plataforma de transparência do Novo Fundo Clima e debateu os avanços do financiamento climático no país. O encontro reuniu representantes do governo, do BNDES, instituições financeiras e especialistas em sustentabilidade.
O que foi apresentado
O diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa, mostrou uma plataforma pública que permitirá acompanhar, de forma detalhada, os projetos apoiados pelo Fundo Clima. Que tipo de informação o público terá acesso?
- Dados sobre ações de mitigação e adaptação ao clima;
- Informações sobre iniciativas de transição energética e mobilidade sustentável;
- Projetos de indústria verde e reflorestamento de florestas nativas;
- Detalhes por projeto para entender impactos e uso dos recursos.
Segundo Barbosa, a ferramenta chega para abrir a caixa-preta dos investimentos e facilitar o acompanhamento por gestores, pesquisadores e cidadãos — uma forma de ver, em números e progresso, o que está sendo feito no território.
Recursos e exemplos de apoio
Barbosa informou que, entre 2023 e 2025, o BNDES aprovou R$ 19 bilhões em crédito para projetos ambientais em todas as regiões do país — muito acima dos R$ 1,6 bilhão liberados entre 2019 e 2022. Os recursos do Fundo Clima vêm do Tesouro Nacional e parte é captada via emissão de Green Bonds no exterior.
Entre os exemplos citados de investimentos apoiados pelo banco estão:
- eletrificação do transporte urbano;
- produção de biocombustíveis;
- reflorestamento e restauração de áreas degradadas;
- projetos de indústria verde e inovação.
Barbosa afirmou que o BNDES também está estruturando novos projetos voltados a concessão florestal, manejo sustentável e restauração ambiental, para ampliar seu papel na indução de uma economia de baixo carbono.
“A retomada dos financiamentos do Fundo Clima representa um avanço na agenda de descarbonização, ao apoiar energia limpa, mobilidade sustentável e inovação verde”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
Mercadante acrescentou que a nova plataforma reforça o compromisso do banco com governança ambiental e prestação de contas, tornando mais claro o uso de recursos públicos e privados destinados à sustentabilidade.
O evento serviu ainda como preparação para a COP30, que será realizada em novembro em Belém, no Pará, e teve como objetivo apresentar os instrumentos e projetos que o banco pretende ampliar nos próximos meses.