O Partido Liberal (PL) voltou a pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-Paraíba), pela votação do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, informou o líder da sigla na Casa, Sóstenes Cavalcante (Rio de Janeiro), na sexta-feira (24).
A decisão saiu dois dias após a publicação do acórdão do julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (22). Por que a pressa?
Segundo Sóstenes, a divulgação do acórdão abriu prazo para os últimos recursos no caso — e isso funcionou como um gatilho para acelerar o processo. ‘acelerada’, disse Sóstenes Cavalcante.
A retomada da cobrança aconteceu um dia depois de o PL ter adotado postura mais moderada. Na terça-feira (21) o partido havia fechado um acordo com Hugo Motta para reduzir a pressão; naquela reunião de líderes, nenhum representante da oposição exigiu a inclusão do tema na pauta de votações.
Naquele encontro, Sóstenes explicou que a estratégia seria ampliar a base de apoio entre parlamentares de centro antes de pedir a votação. ‘Alinhamos com o Hugo Motta que vamos construir com o centro antes. Quando pedir para pautar, vamos aprovar com mais de 290 votos novamente’, afirmou o líder do PL.
O que mudou
Com a publicação do acórdão, a estratégia foi revista. Sóstenes passou a planejar a apresentação de um substitutivo ao projeto sobre dosimetria das penas, cujo relator é Paulinho da Força (Solidariedade-São Paulo). A nova proposta prevê uma anistia descrita pelo partido como ‘ampla, geral e irrestrita’.
O PL — legenda de Jair Bolsonaro — entendeu que a divulgação do acórdão tornou mais urgente a aprovação, o que motivou o fim da trégua que havia sido acordada com o presidente da Câmara.
Próximos passos
A retomada formal das cobranças ficou marcada para a reunião de líderes prevista para a semana seguinte. Nessa reunião, Sóstenes pretendia oficializar o pedido para que Hugo Motta inclua o projeto na pauta do plenário, com o objetivo de levar a proposta a voto na primeira semana de novembro.

