O Banco Central vai atualizar as regras do Pix para agilizar a devolução de valores em casos de fraude. A partir de 1º de outubro, usuários poderão contestar transações suspeitas diretamente pelo aplicativo do banco, com novas ferramentas de rastreamento que prometem ampliar a chance de reembolso.
Desde 2021, o Mecanismo Especial de Devolução (MED) permite que vítimas de golpes ou erros no Pix solicitem o dinheiro de volta pelo próprio sistema. Até então, o processo dependia exclusivamente da conta que recebeu o valor indevido, mas a agilidade dos fraudadores em transferir os recursos dificultava a recuperação.
Novos recursos para usuários
A principal mudança chega em outubro, quando todos os bancos e instituições financeiras deverão incluir um canal de autoatendimento nos aplicativos do Pix. Assim, será possível registrar uma contestação sem falar com atendentes, acelerando o início da análise e aumentando as chances de bloquear valores antes que eles sejam movimentados.
Rastreamento ampliado
Outra inovação importante foi trazida pela Resolução nº 493, publicada em agosto. A partir de 23 de novembro, o MED vai começar a rastrear não só a conta original, mas também possíveis contas intermediárias para onde o dinheiro da fraude foi transferido. Esse rastreamento será obrigatório em fevereiro de 2026 e permitirá bloquear valores em até 11 dias após a contestação, mesmo se o dinheiro já tiver passado por várias contas.
Impacto para clientes e bancos
Para quem caiu em golpes, as novidades significam um processo mais transparente e rápido, totalmente digital, com mais chances de reaver os valores. Já para bancos e fintechs, o desafio será adaptar os sistemas para garantir a integração entre diferentes participantes, como exige o Banco Central.
Por que muda agora
Com bilhões de transações mensais, o Pix é o principal meio de pagamento instantâneo no Brasil, mas fraudes vinham minando a confiança dos usuários. Ao tornar o ressarcimento mais eficiente e ampliar a proteção, o Banco Central busca manter o Pix seguro e confiável para toda a economia.
Cronograma das mudanças
- 1º de outubro de 2025: autoatendimento digital obrigatório para contestação no Pix.
- 23 de novembro de 2025: rastreamento de contas intermediárias começa de forma opcional.
- 2 de fevereiro de 2026: rastreamento passa a ser obrigatório para todas as instituições.