Ao desembarcar em Salvador nesta quarta-feira (29), o empresário e palestrante Pedro Pimenta trouxe uma história de superação. Na palestra ‘Oportunidade na Adversidade’, ele contou que, aos 18 anos, sobreviveu a uma meningite meningocócica fulminante, perdeu os quatro membros e precisou recomeçar a vida enfrentando muitos obstáculos.
Antes de se apresentar para servidores da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Pimenta conversou com o Bahia Notícias e apontou a invisibilidade das pessoas com deficiência no Brasil, além das dificuldades para acessar direitos e serviços básicos.
Invisibilidade e desafios
Quem tem voz quando não consegue sair de casa para reivindicar seus direitos? Pimenta destacou que muitas pessoas estão acamadas ou em cadeira de rodas e acabam esbarrando em barreiras simples do dia a dia — como a falta de calçadas — que as tornam praticamente invisíveis para a sociedade.
“Já fui algumas vezes a Brasília tentar mostrar que há muita gente invisível, que talvez não tenha a voz que outras minorias têm, porque nem consegue ir à avenida protestar. Muitas vezes essa pessoa está acamada ou em cadeira de rodas e, na hora de sair de casa, não encontra calçada”, disse.
Ele ressaltou também que pessoas com deficiência severa têm menos oportunidades em diferentes setores e defendeu a atuação do Estado para amparar as famílias que cuidam de pessoas em situação de dependência.
“Pense numa mãe com um filho acamado, com traqueostomia: o maior medo dela é o dia em que ela faltar — quem vai cuidar desse filho? É preciso que o Estado garanta amparo a essas famílias”, completou.
A palestra teve como objetivo dar visibilidade às demandas de quem vive com deficiência severa e abrir espaço para discutir caminhos que ampliem o apoio institucional a esse público.

