Você já notou como pequenos gestos podem se transformar em grandes mudanças? Na sexta-feira, 18 de julho, o Teatro Profª Maria do Carmo de Melo Brandão (CETIPA) provou isso. Para entrar na 5ª Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, bastavam dois pacotes de absorventes. Parece simples, mas o simbolismo é poderoso: abrir portas enquanto garante dignidade menstrual a quem mais precisa.
Emoção que transbordou o palco
Logo que as luzes se acenderam, mulheres de idades e trajetórias diferentes ocuparam o palco, as cadeiras e—por que não?—os nossos corações. Cada história compartilhada ecoava resistência e esperança. Debates sobre violência de gênero, autonomia financeira e representatividade política ganharam fôlego graças à energia vibrante de quem sabe que não existe democracia plena sem igualdade.
Um passo dentro de uma caminhada maior
Esta conferência é só a primeira parada de um percurso que ainda passará pela etapa estadual, em agosto, e pela nacional, em setembro. Em Paulo Afonso, a jornada é orquestrada pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Cidadania (SMPMC), criada exatamente para articular e monitorar ações de igualdade de gênero.
Vozes que inspiram ação
A delegada Mirela Santana Matos Ventura, da DEAM, abriu a manhã relatando casos reais que chegam à delegacia. A mensagem foi clara: cada denúncia acolhida pode salvar uma vida. Na sequência, a advogada e pesquisadora Thais Bandeira mostrou, com dados e exemplos, como o emprego formal não só garante renda como protege contra abusos.
O prefeito Mário Galinho, visivelmente tocado, resumiu o sentimento geral: “O que transborda no meu coração hoje é gratidão. Vamos reconstruir a cidade mais bonita do Brasil, agora ainda mais inclusiva.”
Propostas que saíram do papel
Entre as medidas aprovadas pelos grupos de trabalho, três se destacam:
- Programa de qualificação profissional feminina — para que mais mulheres ocupem espaços de liderança.
- Ampliação do Centro de Referência da Mulher — atendimento psicológico, jurídico e social sem fila e sem burocracia.
- Campanhas educativas nas escolas — porque igualdade se aprende desde cedo.
Histórias que dão rosto aos números
Rosa Santos, moradora do bairro Centenário, subiu ao microfone pela primeira vez para falar sobre a própria experiência com violência doméstica. “Saí daqui mais forte”, contou, após abraçar outras sobreviventes que partilharam relatos parecidos. Enquanto isso, adolescentes da rede pública soltavam a criatividade em oficinas de poesia e teatro, criando cartazes com frases de empoderamento que encheram o saguão de cor e esperança.
Impacto imediato e futuro promissor
Os absorventes doados serão distribuídos a meninas em situação de vulnerabilidade, ajudando a manter a frequência escolar — algo simples que faz toda a diferença. E não foi só o calor humano que aqueceu o dia: segundo a SMPMC, as denúncias registradas na DEAM cresceram 35% em 2024. Parece alarmante, mas também indica que mais mulheres confiam na rede de proteção.
Agora, as propostas viajam para Salvador (27 a 29 de agosto) e, depois, para Brasília, onde ganharão palco nacional. A expectativa? Transformar boas ideias em políticas públicas capazes de abrir portas — e janelas — para um Brasil mais justo para todas nós.
Então, que tal manter o debate aceso? Afinal, garantir igualdade não é tarefa de um único evento, mas de cada escolha que fazemos, todos os dias.