O senador Otto Alencar (PSD) fez questão de sair em defesa do governador Jerônimo Rodrigues (PT) diante das críticas que surgiram sobre a gestão fiscal da Bahia. O motivo da controvérsia? A solicitação de um novo empréstimo, no valor de R$ 4,5 bilhões.
Mas, de acordo com Alencar, há uma explicação clara: esse dinheiro tem um destino específico. Não é para novos gastos, e sim para colocar em ordem a dívida pública e quitar os famosos precatórios – aquelas obrigações judiciais antigas que o estado precisa pagar e que, na maioria das vezes, foram herdadas de gestões passadas.
Bahia: Contas em Dia (e Comparáveis)
E a Bahia, nesse cenário, não está em uma posição desfavorável. Pelo contrário! O senador destacou que o estado possui um dos menores índices de endividamento do Brasil. Para ter uma ideia, a dívida baiana gira em torno de R$ 30 bilhões, o que representa menos de 40% da sua receita corrente líquida. Impressionante, não é?
Para colocar isso em perspectiva, Alencar comparou a Bahia com outros estados. Enquanto São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul têm dívidas que ultrapassam 100% de suas receitas – Minas Gerais, por exemplo, chega a R$ 159 bilhões – a Bahia mostra prudência e responsabilidade fiscal.
Precatórios: Dívidas do Passado, Paga no Presente
Um ponto crucial na defesa de Otto é que a maior parte do valor do empréstimo se refere aos precatórios. Ele fez questão de deixar claro: essas são dívidas antigas, obrigações judiciais que não foram geradas pela administração atual. Pelo contrário, são passivos que vêm de governos anteriores, inclusive de períodos que antecedem a gestão do ex-governador e atual senador Jaques Wagner (PT), que comandou o estado entre 2007 e 2015.
“Nenhum desses precatórios foi do governo de Jerônimo. Ele está pagando dívidas de governos anteriores, inclusive de antes de Wagner. Acusar o governador disso é falta de conhecimento sobre o que significa uma dívida alongada de um Estado”, afirmou Otto Alencar ao Bahia Notícias, rebatendo as críticas.
Alencar enfatizou que o governador Jerônimo Rodrigues está apenas cumprindo o que é legalmente exigido. Ele não tem como “dar um calote”, e por isso, buscar crédito em condições favoráveis é a melhor estratégia para honrar esses compromissos, uma máxima que o senador fez questão de lembrar, citando Rui Barbosa.
“Jerônimo apenas está honrando compromissos que caíram no colo dele por decisão judicial. Como não tem caixa para pagar precatórios, buscou crédito em condições favoráveis, porque não pode dar calote”, reiterou Alencar.
Um Histórico de Lutas e a Situação Atual
O senador também fez uma importante recordação: a Bahia já enfrentou grandes dificuldades para conseguir crédito externo. Durante os governos federais de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), o estado ficou por quase sete anos sem acesso a novos empréstimos, mesmo com sua situação financeira sendo boa. Ele lembrou a tentativa frustrada do então governador Rui Costa de conseguir US$ 200 milhões com o Banco Europeu de Investimentos, que acabou sendo negada.
A boa notícia é que o cenário mudou. Hoje, a Bahia tem total capacidade para contrair novos empréstimos. O Tesouro Nacional avalia o estado com uma nota “A” ou “B”, o que é um selo de confiança e indica que a Bahia possui condições excelentes para buscar crédito, gerenciar suas finanças de forma estratégica e continuar com as contas em dia.