Uma obra de recuperação da rodovia BR-415, que conecta os municípios de Barra do Choça e Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia, está no centro de uma denúncia de suposto favorecimento. As acusações partem de Adiodato (PSD), ex-gestor e adversário político do atual prefeito de Barra do Choça, Oberdan Rocha (PP).
Segundo Adiodato, máquinas da empresa Khatarina Engenharia, responsável pelos trabalhos na BR-415, teriam sido vistas operando dentro de uma propriedade rural pertencente ao prefeito reeleito. O trecho beneficiado dentro da fazenda estaria estimado entre 600 e 800 metros, com aplicação de cascalho e base para futura pavimentação asfáltica.
Acusação e próximos passos
O ex-gestor afirmou ao Bahia Notícias, na última quarta-feira (23), ter documentado a suposta irregularidade com fotos e vídeos, obtidos durante uma visita ao local. Adiodato também mencionou que, apesar de um alegado distrato por parte do governo do estado, a empresa teria prosseguido com os trabalhos no trecho denunciado.
“Eles aproveitaram esse último final de semana e fizeram uns 800 metros de estrada dentro da fazenda. Eu fui lá na obra e vi. Tirei fotos, fiz vídeo. Soube que o governo do estado fez um distrato, mas a empresa continuou trabalhando”, declarou Adiodato.
As obras na BR-415, principal acesso nos 24 quilômetros que separam Barra do Choça de Vitória da Conquista, são de responsabilidade do estado, embora a via seja federal. A manutenção e pavimentação do trecho Barra do Choça-Conquista foram anunciadas no ano passado, como parte de um pacote de intervenções na região. O projeto incluía também os acessos à localidade de Cafezal e à própria BR-415, totalizando 30,25 quilômetros, com um custo estimado em R$ 37,4 milhões.
A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) informou que o pacote de obras contemplava essas intervenções. Diante da denúncia, a reportagem buscou contato com o prefeito Oberdan Rocha para que ele se manifestasse sobre as acusações, mas até o fechamento desta nota, não houve retorno.
Adiodato informou que pretende levar o caso ao Ministério Público do Estado (MP-BA) para que as devidas investigações sejam realizadas sobre o alegado desvio de finalidade na obra pública.