O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciou nesta semana a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, tendo como um dos principais alvos o sistema de pagamentos Pix. A medida, formalizada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), foi motivada por suspeitas de práticas desleais que, segundo o governo americano, estariam prejudicando a competitividade de empresas dos Estados Unidos no setor de pagamentos eletrônicos e comércio digital.
O documento oficial da investigação cita explicitamente o Pix, além de abordar temas como pirataria, propriedade intelectual e até a região da 25 de Março, em São Paulo, conhecida pelo comércio popular. Segundo o USTR, o Brasil estaria favorecendo serviços de pagamento desenvolvidos pelo governo, o que configuraria uma desvantagem para empresas estrangeiras. A apuração foi aberta com base na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA, frequentemente utilizada em disputas internacionais e que pode resultar em sanções ou tarifas adicionais.
A resposta do governo brasileiro veio rapidamente. O perfil oficial do governo Lula publicou nas redes sociais uma imagem com a frase “O Pix é nosso, my friend”, em clara referência à postura americana. O vice-presidente Geraldo Alckmin também se manifestou, classificando o Pix como um “sucesso” e defendendo a gratuidade e segurança do sistema, que já é utilizado por mais de 150 milhões de brasileiros.
Nas redes sociais, o tema ganhou grande repercussão, com hashtags como #DefendaOPix e #InimigosdoPix entre os assuntos mais comentados. Usuários criticaram a tentativa dos EUA de interferir em políticas públicas brasileiras e acusaram o governo Trump de proteger interesses de grandes operadoras de cartões de crédito. Parlamentares também reagiram, como a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que classificou a medida como uma tentativa de retorno às taxas bancárias.
A crise ocorre em meio ao anúncio de um tarifaço de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, medida que entra em vigor em agosto caso não haja acordo. O governo brasileiro informou que pretende recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e buscar negociações para evitar prejuízos ao comércio bilateral. Exportadores do agronegócio e setores industriais já demonstram preocupação com o impacto das novas tarifas.
A investigação americana ainda inclui críticas a decisões do Supremo Tribunal Federal, acordos internacionais e questões ambientais, ampliando o escopo do embate comercial. O Senado brasileiro aprovou o envio de uma missão parlamentar a Washington para dialogar com congressistas americanos e tentar reverter as medidas.
O caso segue em andamento, com negociações diplomáticas e comerciais previstas para as próximas semanas. O governo brasileiro mantém a defesa do Pix como um sistema inovador e de interesse nacional, enquanto aguarda os desdobramentos da investigação e das tarifas impostas pelos Estados Unidos.