A NHTSA abriu investigação após relatos de nove casos em que motoristas e passageiros ficaram presos em SUVs Tesla Model Y. A apuração alcançou cerca de 174.290 unidades e se concentrou nas maçanetas embutidas e no fornecimento de energia das travas elétricas das portas.
O que a investigação apura
Reportagem da Bloomberg, com cobertura do site Olhar Digital, trouxe relatos de ferimentos graves, incluindo uma passageira que sofreu queimaduras severas e danos permanentes aos pulmões por inalação de fumaça.
Segundo a ata da investigação, a apuração avaliará também a abordagem da Tesla para fornecer energia às travas das portas e a confiabilidade dessas fontes. No momento, o foco está na operabilidade das travas pelo lado de fora do veículo, já que essa é a única situação em que não existe um modo manual de abrir a porta.
A agência examinou relatos de baixa voltagem nas baterias das portas, que teriam tornado as alças inoperantes. Os cenários mais comumente informados envolveram:
- pais que não conseguiram abrir uma porta para retirar crianças do banco traseiro;
- em quatro casos, pessoas tiveram de quebrar uma janela para acessar ou sair do veículo.
Embora os veículos Tesla tenham liberações manuais das portas dentro da cabine, a NHTSA observa que uma criança pode não conseguir acessar ou operar essas libertações. Como resultado, um ocupante pode não ser rapidamente resgatado por pessoas de fora, o que é particularmente preocupante em situações de emergência, como quando uma criança fica presa em um veículo quente.
Contexto e desdobramentos
Não é a primeira vez que a montadora aparece no radar da agência. Em agosto, a NHTSA abriu apuração sobre a falta de informações a respeito de acidentes envolvendo o Autopilot e o software beta de direção autônoma. Além disso, a Tesla recolheu 46.096 unidades do Cybertruck no início do ano, após relatório da agência indicar risco de soltura de um painel externo.
Robyn Denholm, presidente do conselho da Tesla, afirmou à Bloomberg que os veículos têm um sistema de acionamento manual e que a segurança é o “fator número um” da empresa, e que o conselho leva muito a sério qualquer relato relacionado à segurança.
O caso também mobilizou proprietários na Bahia e em outras partes do Brasil, que acompanharam notícias sobre segurança veicular e possíveis reflexos regulatórios para veículos importados e em circulação no país. A NHTSA informou que continuará monitorando relatos semelhantes sobre a abertura de portas pelo lado de dentro e que o Escritório de Investigação de Defeitos tomará as medidas cabíveis.