Após 11 anos como conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), Mário Negromonte, que se aposentou compulsoriamente em 6 de julho de 2025, aos 75 anos, avalia seu futuro político. Em entrevista exclusiva ao portal Política Livre, o ex-conselheiro afirmou que não descarta concorrer a um cargo público nas eleições de 2026, mas destacou que qualquer decisão depende de sua filiação a um partido político. “Não posso falar em palanque para 2026 antes de definir partido”, declarou.
Trajetória e legado no TCM
Negromonte, que também foi deputado estadual, federal por cinco mandatos e ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff, encerrou sua passagem pelo TCM com uma sessão solene em 3 de julho. Durante o evento, foi homenageado por colegas, autoridades e familiares, incluindo seu filho, o deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP-BA). O presidente do TCM, Francisco de Souza Andrade Netto, elogiou sua atuação, destacando o papel pedagógico na orientação de prefeitos e vereadores para a gestão responsável dos recursos públicos.
No TCM, Negromonte relatou contas municipais, como as de Feira de Santana e Serra do Ramalho em 2022, recomendando aprovações com ressalvas. Ele enfatizou que seu trabalho sempre buscou fortalecer a governança, com foco na integridade e na confiança nas instituições democráticas. “Aqui, não se trata apenas de examinar contas, mas de cuidar da efetividade das políticas públicas”, afirmou durante sua despedida.
Futuro político e articulações
Embora ainda sem filiação partidária, Negromonte revelou estar em diálogo com seu filho, Mário Negromonte Júnior, presidente do Progressistas (PP) na Bahia, para definir os próximos passos. O ex-conselheiro também recebeu convites para atuar na iniciativa privada, mas reforçou que a política permanece em sua vida. “Eu saí da política, mas a política não saiu de mim”, disse, sinalizando um possível retorno ao cenário eleitoral.
Nos bastidores, especula-se que Negromonte pode disputar uma vaga no legislativo ou até uma cadeira majoritária, como a de senador, no grupo liderado por ACM Neto (União Brasil). A possível federação entre PP e União Brasil, no entanto, ainda gera incertezas, já que o controle da aliança na Bahia ficaria com Neto, enquanto Mário Negromonte Júnior mantém proximidade com o governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Sucessão no TCM e influência política
A aposentadoria de Negromonte abriu espaço para a indicação de um novo conselheiro, a ser escolhido pelo governador Jerônimo Rodrigues a partir de uma lista tríplice do Ministério Público de Contas. Entre os nomes cotados, destaca-se a procuradora Camila Vasquez, nora de Negromonte e esposa de Mário Negromonte Júnior. A escolha, de caráter técnico, será submetida à aprovação da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).
A saída de Negromonte também pavimenta o caminho para o PT ampliar sua influência no TCM. O conselheiro Nelson Pelegrino, ex-deputado federal, é o favorito para assumir a vice-presidência da Corte e, em agosto de 2026, a presidência, após a aposentadoria de Francisco Netto.
Estado atual da situação
Atualmente, Mário Negromonte avalia propostas tanto na política quanto na iniciativa privada, enquanto aguarda definições sobre sua filiação partidária. A escolha de seu substituto no TCM segue em andamento, com a decisão do governador Jerônimo Rodrigues aguardada nas próximas semanas. O futuro político de Negromonte permanece indefinido, mas sua trajetória e influência na Bahia indicam que ele continuará sendo uma figura relevante no cenário estadual.