Em vídeo publicado neste domingo (21), o deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP-BA) afirmou que se sentiu “enganado” após a votação da chamada PEC da Blindagem (ou das Prerrogativas) na Câmara. Ele declarou que a versão aprovada “não o representa”, disse esperar que o texto seja rejeitado no Senado e reiterou posição contrária à anistia a investigados e condenados.
Em mensagem dirigida a “amigos e eleitores”, Negromonte Júnior relatou ter retornado de agenda no interior da Bahia — ao lado do governador Jerônimo Rodrigues e de prefeitos, com passagens por Novo Triunfo e Pedro Alexandre — quando decidiu comentar a votação da proposta. Segundo o deputado, ele votou convicto naquilo que considerava ser uma defesa das prerrogativas parlamentares, mas, após mudanças no texto, disse ter a sensação de que “o projeto foi alterado” e que se transformou no que chamou de “PEC da bandidagem”.
Para o parlamentar, a política “deve manter quem trabalha e serve a população”, enquanto “maus políticos devem sair e bandidos não podem entrar”. Ao reforçar esse argumento, Negromonte Júnior afirmou que a versão aprovada da PEC não condiz com sua trajetória e com o mandato que exerce, motivo pelo qual declarou apoio para que a proposta não avance no Senado.
Posição sobre anistia
No mesmo vídeo, o deputado disse ter votado contra a urgência da chamada anistia e declarou-se contrário ao mérito da medida. “Quem cometeu crime deve ser processado, punido e cumprir a pena”, afirmou. Para ele, uma anistia ampla enviaria um sinal errado à sociedade e à própria classe política.
Como ele chegou a essa posição
Negromonte Júnior descreveu que sua decisão partiu da convicção de que prerrogativas são instrumentos para o exercício do mandato, não um escudo para crimes. Ao dizer que “foi enganado”, ele indica que a redação final teria ido além desse objetivo inicial. O deputado sustenta que seguirá “defendendo a boa política” e “as pessoas que mais precisam”, bandeiras que, segundo ele, guiam seu voto.
Próximos passos
A proposta de emenda à Constituição precisa ser apreciada em dois turnos no Senado. Caso os senadores modifiquem o texto, ele retorna à Câmara para nova análise. Já o tema da anistia — ao qual o parlamentar diz se opor — segue trâmite próprio.