Em Kuala Lumpur, na Malásia, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se encontraram por cerca de 50 minutos durante a 47ª cúpula da Asean. Foi o primeiro encontro presencial agendado entre os dois na cúpula e serviu para abrir um diálogo direto sobre questões sensíveis, sobretudo tarifas.
O tom do encontro
A conversa deixou sinais de otimismo. Logo após a reunião, o presidente americano disse acreditar que avançarão em acordos e que o relacionamento entre os países tende a melhorar.
“Acho que conseguiremos fechar alguns bons acordos, como temos conversado, e acho que acabaremos tendo um ótimo relacionamento”
“Vamos chegar a uma conclusão rápida sobre tarifas”
“É uma grande honra estar com o presidente do Brasil. É um grande país e eles estão indo muito bem até onde eu sei”
Do lado brasileiro, o presidente Lula também mostrou confiança e voltou a dizer que não vê motivos para desavenças entre Brasil e Estados Unidos, apontando que havia uma pauta extensa a ser tratada e a expectativa de avançar para uma relação “o mais civilizada possível”.
Declarações do governo
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, contou que os dois líderes conversaram sobre todos os assuntos, inclusive tarifas. Segundo ele, Lula pediu a suspensão temporária das medidas tarifárias enquanto durar um período de negociação.
“Lula começou dizendo que não havia assunto proibido e renovou o pedido brasileiro de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante um período de negociação”
Vieira classificou o encontro como “muito positivo”, “descontraído” e “muito alegre”.
Próximos passos
Houve acordo para o início rápido de negociações bilaterais. O presidente americano teria instruído sua equipe a começar o processo, e o ministro informou que esse movimento poderia ser iniciado ainda no mesmo dia.
“O saldo final é ótimo. Trump declarou que dará instruções à sua equipe para que comece um processo de negociação bilateral, que pode ser iniciada hoje ainda. Hoje mesmo devemos ter um encontro”
O que isso pode significar na prática
E o que isso muda no dia a dia? Especialistas consultados pelo governo apontam que eventuais ajustes nas tarifas entre Brasil e Estados Unidos podem afetar fluxos de exportação e importação em diferentes estados. Empresas exportadoras em Salvador, na Bahia, foram citadas como potenciais receptoras de impacto caso haja alterações nas barreiras tarifárias ou acordos de suspensão temporária durante as negociações.
Reciprocidade e conclusão
Além das negociações técnicas, os presidentes combinaram intenção de visitas recíprocas: Trump manifestou interesse em visitar o Brasil e Lula disse que pretende ir aos Estados Unidos no futuro. Agora, as equipes devem trabalhar para transformar essa intenção em passos concretos. Resta acompanhar como irão evoluir as conversas e quais medidas efetivas serão adotadas nas próximas semanas.

