A tão falada reforma ministerial, vista como uma saída para aprimorar a gestão federal neste fim de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não avançou como esperado. Poucas mudanças aconteceram nos últimos meses no alto escalão do governo. E a situação complica, sabe por quê?
Faltam apenas dez meses para os ministros que planejam concorrer em 2026 deixarem seus cargos, seguindo a regra da desincompatibilização. Esse prazo curto torna desafiador encontrar novos nomes dispostos a assumir uma cadeira na Esplanada dos Ministérios por um período tão limitado. Você consegue imaginar o impacto?
Além de ter dificuldades em fortalecer a base aliada no Congresso, o governo Lula se prepara para uma possível grande debandada no próximo ano. A perspectiva é que mais de 20 dos 38 atuais ministros se afastem para disputar algum cargo nas próximas eleições. Para o governo, essa saída em massa terá um impacto considerável.
Quem pode sair para a disputa?
Diante desse cenário, há a possibilidade de que o presidente Lula realize novas trocas, buscando nomes que fiquem no governo até o final de 2026. Isso poderia trazer mais estabilidade para a equipe. Por outro lado, muitos ministros já são cotados para as eleições e podem deixar seus postos até o início de abril do ano que vem, o prazo limite definido pela Justiça Eleitoral.
Entre os nomes que aparecem como possíveis candidatos e podem sair do governo estão Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Alexandre Padilha (Saúde), Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e Simone Tebet (Planejamento), entre outros. Eles precisariam se afastar para cumprir a exigência de seis meses fora do cargo antes do pleito.
Ministros bem nas pesquisas estaduais e para o Senado
Um levantamento recente sobre pesquisas eleitorais realizadas em 25 estados mostra algo interessante: ministros do governo Lula já despontam bem posicionados em possíveis candidaturas para governos estaduais ou o Senado. As sondagens testaram a força desses nomes em diferentes cenários políticos regionais.
- Em Alagoas, o ministro dos Transportes, Renan Filho, aparece com 43,5% em um cenário para o governo.
- Na Bahia, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, lidera para o Senado com 43,8%.
- No Maranhão, o ministro dos Esportes, André Fufuca, tem 12,1% em uma das simulações para o Senado.
- Em Pernambuco, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, atinge 15% em uma pesquisa para o Senado.
- No Mato Grosso, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, aparece com 4,3% para o governo e 11,2% para o Senado em diferentes cenários.
- Já no Mato Grosso do Sul, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, marca 29,2% em uma pesquisa para o Senado.
- Em Minas Gerais, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, registra 9,2% em uma sondagem para o Senado.
- No Rio de Janeiro, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, tem 14,5% das intenções de voto para o Senado em um dos cenários.
- E em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alcança 32,3% em um cenário para o Senado, enquanto o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, tem 11,8% em outra simulação. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, aparece com 5,5% e 7,1% em dois cenários para o governo, e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, marca 11,9% em um cenário para o governo.
- Por fim, no Paraná, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tem 16,3% em uma pesquisa para o Senado.
Esse panorama, baseado nas pesquisas disponíveis, fala sobre o potencial eleitoral de vários ministros da atual gestão, indicando movimentações importantes no cenário político para 2026.