O PDT na Bahia retornou à base do governo petista. Essa movimentação acontece em meio à insatisfação do presidente estadual Félix Mendonça. Qual o impacto disso para os membros do partido? A mudança pode afetar a permanência de alguns quadros, como o deputado federal Leo Prates.
Prates tem uma ligação forte com a oposição na Bahia, alinhado ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Por isso, a possibilidade de sua saída do PDT já foi considerada antes. O cenário atual indica que a permanência de Leo no partido encontraria resistência interna. Mesmo com o apoio do presidente nacional Carlos Lupi, sua saída é vista como provável.
Alternativas na mesa
Diante dessa situação, o próprio Leo Prates busca novos caminhos. Interlocutores próximos a partidos políticos falam sobre duas opções avaliadas. O Progressistas foi uma delas, sendo viável pela possibilidade de manter o posicionamento de oposição e pela viabilidade política. Um diálogo inicial sobre o assunto teria ocorrido com líderes do PP na Bahia.
A alternativa mais recente seria o Republicanos. Este partido surge como um possível destino para Leo Prates, o que garantiria à legenda mais uma vaga na Câmara. No entanto, a articulação para a filiação pode ter um objetivo maior. A ida de Prates para o Republicanos abriria espaço para ele integrar a chapa majoritária, talvez como vice de ACM Neto na disputa pelo governo em 2026.
Esse passo representaria um avanço significativo para Leo Prates. Integrar um possível governo de ACM Neto na Bahia o manteria próximo de seu grande sonho: disputar a prefeitura de Salvador. A apuração indica que o diálogo de Leo ocorre diretamente com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota. Hugo teria a responsabilidade de articular a migração de Leo para o Republicanos nos bastidores, junto ao presidente nacional da legenda, Marcos Pereira.
O que diz Leo Prates
Recentemente, Leo Prates falou sobre sua situação. Ele sinalizou que, apesar do PDT estar na base governista, o partido apoiou ACM Neto em 2022. Seu posicionamento continuará sendo de oposição ao governo do PT na Bahia. “Gosto do PDT, sou amigo de Carlos Lupi e quero continuar no partido”, disse. Mas ele reforçou: “Estar onde sempre estive é um princípio — não uma condição. E princípios não se negociam.”
Leo também relembrou o desempenho do PDT no grupo de Neto nas eleições de 2022. Ele destacou que a chapa de deputado federal fez quase 400 mil votos. Desses, mais de 140 mil foram dele, sendo um dos mais votados do estado. Junto com o primeiro suplente Zé Carlos Araújo, representaram mais de um terço dos votos totais do partido.
Apesar das declarações de Prates sobre a intenção de ficar, a movimentação para sua saída é vista como improvável de ser evitada. Quando a discussão sobre a mudança do PDT para a base petista começou, Leo Prates já havia indicado que ficaria com o grupo de Bruno Reis e ACM Neto. Ele argumenta que o partido não pode ignorar os maiores mandatos e a vice-prefeitura de Salvador. Leo defende que a legenda precisa ter espaço na chapa majoritária, algo que ele não vê condições de acontecer no PT.