Promessas foram feitas, mas o início das obras do aguardado Hotel Rosewood no Palácio Rio Branco, em Salvador, ainda não saiu do papel. Quem acompanha a notícia se pergunta: o que estaria acontecendo? O empresário francês Alex Allard, nome por trás do grupo, segue buscando espaço para atuar na capital baiana, em meio a questionamentos nacionais.
De acordo com pessoas envolvidas na negociação, o grupo ainda teria pendências que impedem o começo da reforma. O principal ponto seria a capacidade financeira para bancar o projeto. O grupo ainda busca conseguir o financiamento completo para viabilizar um aporte robusto e finalmente revitalizar o histórico Palácio.
Desafios em outro projeto
Allard é conhecido por restaurar prédios históricos e criar espaços de luxo, como hotéis e centros culturais. Ele já tem todas as permissões para a obra em Salvador, mas o entrave financeiro persiste. E a situação parece ter ligação com outro empreendimento dele.
Segundo informações da imprensa, a participação societária de Allard no hotel Rosewood *em São Paulo*, localizado no complexo Cidade Matarazzo, foi reduzida. Isso aconteceu porque ele não teria injetado cerca de R$ 100 milhões. Esse valor corresponderia à sua parte em um empréstimo feito pelo grupo chinês CTF, dono da rede Rosewood.
Sua fatia no projeto paulistano diminuiu de 40% para 35% no fim de 2024. Antes disso, ele já não teria arcado com um pagamento inicial de R$ 60 milhões. Esse dinheiro seria para pagar as obras do luxuoso hotel seis estrelas construído na Cidade Matarazzo, em São Paulo.
Disputa na Justiça
A relação entre Allard e seus sócios no projeto de São Paulo chegou aos tribunais. Ele apresentou denúncias contra os parceiros. As acusações incluem espionagem e usurpação de direitos autorais de elementos artísticos e arquitetônicos do hotel em São Paulo.
Diante das alegações, o caso foi parar na Justiça. A juíza Laura de Mattos Almeida, da 29ª Vara Cível de São Paulo, autorizou uma perícia no prédio paulistano para investigar as acusações. A defesa de Allard também sustenta que os sócios tentaram diminuir sua participação acionária naquele empreendimento.
O hotel Rosewood de São Paulo, que abriu as portas em 2022, é controlado pela BM Empreendimentos. Esta empresa é formada por Allard e a holding Chow Tai Fook Enterprises Limited (CTF), de Hong Kong.
Olhando para o Rio
Apesar dos desafios e disputas, o empresário já tem um novo foco de atuação. Recentemente, Allard falou sobre a revitalização do histórico Moinho Fluminense, na área do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. O anúncio foi feito durante a Brazil Emirates Conference, realizada em Dubai.
Na ocasião, Allard falou sobre sua visão de negócio. “Eu não vendo turismo”, comentou ele. “Eu vendo luxo. Vendo emoção, momentos de vida — e o Brasil tem tudo isso como nenhum outro lugar do mundo”.