Cenário Político
Governo apresenta medidas para fortalecer permanência dos jovens no ensino médio
Governo federal busca fortalecer permanência dos jovens na escola através de ações planejadas e recursos orçamentários.
Nesta quinta-feira, 27 de julho, durante a 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o ministro da Educação, Camilo Santana, revelou que o governo federal está empenhado em implementar ações para fortalecer a permanência dos jovens no ensino médio. O objetivo é evitar que muitos deles abandonem os estudos para buscar trabalho, por falta de recursos financeiros para se manter na escola.
De acordo com o ministro, pesquisas têm mostrado que apenas 64% dos jovens que ingressam no ensino fundamental conseguem concluir o ensino médio no Brasil. Essa evasão de quase um terço dos estudantes é motivo de preocupação para o governo, que busca soluções para reverter esse cenário.
O protesto que ocorreu durante a participação do ministro na reunião é um reflexo das controvérsias em torno do Novo Ensino Médio. Camilo Santana enfatizou que o governo federal está realizando uma consulta pública sobre o tema, na qual mais de 150 mil alunos já se manifestaram. Ele defendeu que a construção de políticas educacionais deve ser feita de forma responsável e planejada, evitando decisões apressadas e espetacularizações.
Na ocasião, o ministro apresentou também três pontos considerados prioritários na Política Nacional de Educação: a melhoria da alfabetização, a expansão do ensino em tempo integral e a conectividade nas escolas.
Em relação à alfabetização, a pesquisa Alfabetiza Brasil, com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), revelou que 56,4% das crianças não estão alfabetizadas ao final do 2º ano, o que corresponde a uma população de 1,57 milhão de crianças. O MEC tem trabalhado arduamente para reverter esse quadro com o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, uma nova política instituída em junho, que já conta com a adesão de 100% dos estados e 91% dos municípios.
Quanto ao ensino em tempo integral, o ministro destacou a nova lei que retoma a política nacional de educação em tempo integral, que será sancionada em breve pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa lei permitirá que o MEC ofereça apoio técnico e financeiro aos municípios e estados que ampliarem as vagas para esse tipo de ensino, com o objetivo de alcançar a meta estabelecida no Plano Nacional de Educação, que prevê que até 2024, 25% das matrículas no ensino básico sejam em tempo integral.
A conectividade nas escolas também é uma prioridade do governo federal. A intenção é garantir que todas as escolas públicas do país tenham acesso à banda larga para fins pedagógicos e educacionais, bem como equipamentos adequados. Essa meta será alcançada por meio dos leilões do 5G, viabilizando o acesso à internet para cerca de 4,1 milhões de alunos que atualmente não possuem conectividade adequada.
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