“Com água, podemos sonhar com dias melhores. Fica tudo mais fácil”. A frase é da assentada Silvania Soares, que tentou resumir o seu sofrimento, que se arrasta há 18 anos. Igual a ela, outras centenas de milhares de alagoanos sofrem com a ausência de água no Semiárido alagoano. Sem água, eles não produzem, por isso, o governador Renan Filho objetiva a inclusão produtiva, através da facilitação do acesso ao bem fundamental para a convivência com a seca.
As 600 cisternas de primeira água entregues nesta quarta-feira (13) à população do assentamento Frei Damião, na comunidade Baixa do Mel, em Inhapi, Sertão de Alagoas, vão evitar que famílias como a de dona Antônia Maria de Barros e Maria das Virgens da Silva cruzem o chão árido do Sertão em busca de água. Cada uma criou cinco filhos, mas, como grande parte dos sertanejos, não têm perspectiva de oportunidade de trabalho.
Essa realidade está prestes a mudar com a intervenção do governo estadual. Renan Filho pretende incluir produtivamente o povo do Semiárido, levando a água do Canal do Sertão – sendo auxiliado em paralelo pelos litros de água das cisternas, perfuração de poços e carros-pipa. Por outro lado, Inhapi dispõe de dois perímetros irrigados do Canal do Sertão que podem dinamizar a fruticultura, dando oportunidade de crescimento econômico financeiro à população.
“Estamos empenhados em incluir produtivamente o pequeno produtor e os movimentos sociais. As cisternas dão independência às famílias, pois quando chove elas captam a água. Mas o nosso grande desafio é esse: plantar grão, fruta, plantar culturas rápidas, plantar ‘volumoso’ para alimentar animais. É isto que devemos trazer para a região e permitir que as pessoas possam ampliar sua renda e gerar emprego também nas agroindústrias”, ressaltou o governador.
Modelos – Com os perímetros irrigados, o modelo de fruticultura irrigada empregada nos municípios de Petrolina-PE e Juazeiro-BA serve de inspiração para o que se planeja instalar no Semiárido alagoano. Em breve, o Estado vai anunciar o interesse de empresários em investir nas localidades contempladas com a água dos perímetros.
Assim, segundo Renan Filho, o governo estadual vai oferecer condições para que empresas se instalem para explorar a fruticultura.
“Estamos de fato promovendo a inclusão produtiva. Aquilo que dá certo em outros lugares, pode dar certo aqui também. A chegada do rio São Francisco, por meio do Canal do Sertão, não pode torná-lo apenas como um rio, ele deve ser um oásis de inclusão produtiva para as pessoas que vivem aqui”, concluiu o governador.
