A fusão entre o PSDB e o Podemos, que havia sido anunciada em nível nacional, encontra-se suspensa. O recuo ocorre devido a descompassos significativos entre as cúpulas partidárias e as realidades políticas locais, exemplificadas pela situação na Bahia.
Na Bahia, as diferenças políticas se tornaram um obstáculo intransponível para a concretização da união. Enquanto o PSDB baiano atua como oposição ao governo estadual, com a liderança de Tiago Correia, o Podemos, por sua vez, manifestou publicamente seu apoio à base do governador Jerônimo Rodrigues. Essa distinção de posicionamento público, reforçada antes mesmo da previsão da federação, demarcou os espaços de atuação das siglas no estado.
Desafios em alianças partidárias
O episódio entre tucanos e o Podemos reforça a percepção de que, em muitas ocasiões, os partidos operam mais como arranjos políticos do que como estruturas orgânicas coesas em todas as suas esferas. A pressa dos dirigentes nacionais em formalizar a união, visando a sobrevivência das legendas, ignorou as particularidades regionais, expondo os riscos de tentar unir forças politicamente distintas.
Outra aproximação que enfrenta cenário similar é a do MDB com o Republicanos. Embora haja conversas em âmbito nacional, a materialização de um acordo na Bahia é vista como improvável, especialmente pela questão do controle partidário. O MDB, apesar da capilaridade, possui pouca representação parlamentar, enquanto o Republicanos, forte na Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, é oposição declarada ao governo baiano, em contraste com o MDB, que é governista e tem o vice-governador Geraldo Júnior.
União Brasil e Progressistas avança
Em contraste, a federação entre União Brasil e Progressistas se mostra uma das poucas com viabilidade na Bahia. A imposição da direção nacional, somada a uma divisão interna no cenário local, permitiu o avanço dessa união, mesmo com eventuais resistências, como a possível migração de deputados estaduais do PP para partidos aliados ao governo Jerônimo.
A busca por alternativas de sobrevivência partidária é crucial, mas a experiência recente de PSDB e Podemos na Bahia sinaliza a importância de alinhar as diferentes esferas partidárias antes de qualquer anúncio oficial, a fim de evitar frustrações e o apagamento de tradições políticas.