A forma como as autoridades acompanham efeitos adversos de remédios ficou mais transparente. Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) começou a publicar, diariamente, dados em tempo real sobre notificações de efeitos adversos no sistema FAERS.
O que mudou
A publicação diária reúne relatos enviados por profissionais de saúde, consumidores e fabricantes. A ideia é simples: deixar a informação mais acessível e acelerar a identificação de sinais de segurança — especialmente em um sistema que já recebia mais de 2 milhões de notificações por ano, segundo a própria agência.
Pessoas que navegam pelos sites desajeitados de notificação de eventos adversos do governo não deveriam ter que esperar meses para que essas informações se tornassem públicas, disse Marty Makary, Comissário da FDA.
A mudança faz parte de uma estratégia maior de modernização dos dados e da infraestrutura de monitoramento da agência. Publicar com mais frequência permite que a FDA veja padrões com rapidez e, quando necessário, atue mais cedo.
A notificação de eventos adversos deve ser rápida, contínua e transparente, afirmou Marty Makary.
No Brasil
Aqui, a notificação de suspeitas de efeitos adversos é feita pelo sistema VigiMed, da Anvisa, disponível para cidadãos e profissionais de saúde. O Ministério da Saúde lembra que comunicar uma suspeita — mesmo sem confirmação — ajuda a identificar novos riscos e atualizar o perfil de segurança de medicamentos e vacinas.
Para registrar um possível efeito adverso no VigiMed, recomenda-se:
- acessar o sistema VigiMed — sem necessidade de cadastro e de forma gratuita;
- preencher os campos com informações sobre o evento, incluindo dados do paciente e do medicamento;
- fornecer dados do produto, como marca, fabricante e lote;
- registrar a suspeita mesmo sem certeza sobre a relação causal, já que qualquer indício é suficiente para notificação.
Quanto mais simples e frequente for a divulgação de dados, maior a chance de detectar problemas cedo e proteger a população. Não é garantia de respostas imediatas, mas é um passo concreto para um monitoramento mais ágil e transparente.