Em uma ação que chamou atenção, a administração do presidente Donald Trump pressionou o Facebook para tirar do ar um grupo que monitorava a localização de agentes do ICE em Chicago. A procuradora-geral Pam Bondi afirmou que a remoção aconteceu depois de contato do Departamento de Justiça (DOJ) com a rede social.
O grupo e como funcionava
O espaço, chamado ICE Sighting-Chicagoland, reunia mais de 84 mil pessoas. Era usado para avisar comunidades sobre a presença de agentes federais em lugares públicos — escolas, mercados e outros pontos do dia a dia — especialmente durante a Operation Midway Blitz, lançada em setembro para localizar imigrantes alvo de deportação.
“O Facebook removeu a página após contato do Departamento de Justiça”, disse Pam Bondi.
Resposta das empresas
A Meta, dona do Facebook, informou que a exclusão ocorreu por violação de suas regras contra “danos coordenados” e citou a diretriz que proíbe “expor o status secreto de agentes da lei, militares ou pessoal de segurança”. O comunicado foi assinado por Francis Brennan, gerente de relações públicas da empresa.
Além disso, a Apple retirou o aplicativo ICEBlock e o Google removeu ferramentas semelhantes da Play Store, após pedidos de autoridades.
Quem pediu a remoção
A ativista Laura Loomer denunciou o grupo e pediu a intervenção do DOJ; ela disse que fontes do departamento teriam contatado executivos da Meta para solicitar a remoção das páginas que rastreavam o ICE.
Contexto das ações do governo
O Departamento de Segurança Interna (DHS) afirmou que Chicago foi um dos focos da nova política e que a Operação Midway Blitz mirou imigrantes considerados irregulares com histórico criminal. O governo disse ainda, sem apresentar provas públicas, que houve um aumento de “mais de 1.000% nos ataques contra agentes do ICE” desde janeiro de 2025 — dado que foi questionado por veículos como a NPR.
Entre os incidentes citados pelas autoridades estava a morte de Silverio Villegas Gonzalez por um agente do ICE em um subúrbio de Chicago. O DHS afirmou que ele teria tentado atropelar oficiais; o Chicago Tribune reportou que Gonzalez vivia nos Estados Unidos havia 18 anos e não tinha histórico criminal.
Medidas e reação pública
Desde janeiro de 2025, o governo adotou um pacote de medidas que incluiu pressão sobre a Meta para retirar grupos, exigência a Apple e Google para excluir apps de rastreamento, o fim do programa de checagem de fatos por terceiros no Facebook anunciado por Mark Zuckerberg e a apresentação de uma proposta de lei pelo senador Ted Cruz para dificultar que o governo pressione empresas a remover conteúdo online.
Essas ações geraram um debate público intenso: como equilibrar a segurança de agentes federais e os limites à liberdade de expressão nas plataformas digitais? Há argumentos de ambos os lados, e, nos documentos públicos citados, não há indicação de investigações ou audiências futuras especificamente sobre a remoção do grupo.
No fim das contas, a história coloca perguntas importantes sobre até onde o governo pode ou deve ir para exigir a moderação de conteúdo — e quais salvaguardas são necessárias para proteger tanto pessoas quanto direitos civis.