O Congresso dos Estados Unidos abriu uma investigação para apurar se a Starlink forneceu conexão por satélite a centros de fraude em Mianmar, conforme reportagem da AFP que deu origem ao inquérito.
O que foi apurado
Investigadores encontraram receptores da Starlink em vários desses centros, locais usados por grupos acusados de desviar bilhões de dólares de vítimas nos Estados Unidos e em outros países. Segundo a apuração, o esquema aproveitava a internet via satélite para localizar e enganar pessoas, especialmente por meio de redes sociais.
Fontes ouvidas pela imprensa afirmaram que a empresa teria autorizado o uso dos equipamentos nesses espaços. Em resposta ao contato do Congresso, a Starlink não se pronunciou sobre as suspeitas levantadas nas reportagens.
Expansão rápida e questionamentos
Os levantamentos também mostraram que a companhia se tornou o principal provedor de internet em Mianmar em apenas três meses. Curiosamente, em fevereiro ela ainda não constava no registro regional de endereços da internet APNIC, o que levantou dúvidas sobre controles e responsabilidades no uso da rede.
O serviço da Starlink, projeto da SpaceX ligado a Elon Musk, operava com mais de seis mil satélites em órbita baixa e havia alcançado cerca de quatro milhões de assinantes no mundo, dos quais pouco mais de 400 mil no Brasil.
Próximos passos
Um comitê bipartidário do Congresso passou a investigar possíveis vínculos entre a empresa e o esquema criminoso, e o inquérito segue em curso. Entre os próximos passos previstos estão:
- novas diligências para esclarecer o uso dos equipamentos;
- pedidos formais de informação ao provedor;
- análise de registros e evidências relacionadas à atuação em Mianmar.
Como isso aconteceu tão rápido e quem responde quando uma rede é usada para crimes? Essas são algumas das perguntas que a investigação tenta responder enquanto segue em andamento.