Estudantes com deficiência visual recebem óculos inteligentes na Bahia

Mais de 200 óculos inteligentes foram entregues aos estudantes com deficiência visual de 27 Núcleos Territoriais de Educação (NTEs) da Bahia, marcando um avanço significativo na acessibilidade e inclusão educacional. Estes dispositivos de tecnologia assistiva, conhecidos como OrCam MyEye 2.0, são projetados para serem discretos e leves, e acoplados a óculos convencionais, convertem texto em áudio em tempo real. Isso permite que os usuários, como Sara Victória Santos, estudante do 3º ano do Ensino Médio no Colégio Édson Carneiro, ganhem autonomia para ler textos de diversas superfícies sem necessidade de ajuda externa. “Minha expectativa está altíssima. Eu nunca tive algo assim, sempre dependi de alguém para ler para mim o que está no quadro”, celebra Sara.

Este projeto faz parte de uma iniciativa maior da Secretaria de Educação do Estado (SEC), que investiu mais de R$ 3,6 milhões para garantir a inclusão de estudantes cegos e com baixa visão. A professora Eva Daltro destacou que, sem acesso a materiais em braile ou adaptados em relevo, os óculos representam uma ferramenta crucial para melhorar o desempenho dos alunos em sala de aula. “O OrCam lê para eles, permitindo que tenham acesso a materiais impressos em apostilas e livros, o que é esperado que aumente seu rendimento”, explicou a professora.

A SEC adquiriu um total de 1.398 óculos OrCam MyEye 2.0, com um investimento de R$ 24,2 milhões, planejando entregas ao longo do ano com base no número de alunos matriculados, priorizando aqueles com cegueira seguida por aqueles com baixa visão. O governador Jerônimo Rodrigues anunciou essa e outras medidas no dia 6 de abril, visando reforçar o apoio a pessoas com deficiência. Além disso, o governo liberou um Fundo de Assistência Educacional (Faed) no valor de R$ 3,8 milhões para fortalecer práticas pedagógicas voltadas para esse grupo.

A estratégia inclui também a contratação de mais profissionais para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a alocação de R$ 4 milhões para expandir o número de Centros de Apoio Pedagógico Especializado (Capes) e de Centros de Educação Especial, ampliando o suporte a estudantes com necessidades especiais na rede estadual de ensino.