Pacientes com câncer em Paulo Afonso enfrentam nova barreira: atendimento oncológico pelo SUS foi suspenso na cidade. Agora, a viagem até Lagarto, em Sergipe, é obrigatória.
O corte no serviço oncológico pelo SUS em Paulo Afonso, Bahia, deixa pacientes em situação delicada. Sem atendimento local, quem depende do tratamento terá que percorrer 235 km até Lagarto (SE). A mudança impacta diretamente a rotina e o acesso à saúde de quem luta contra o câncer.
Segundo informações oficiais, a suspensão do serviço ocorreu por decisão do governo estadual, que alega reestruturação na rede de atendimento. Mas como ficam os pacientes que precisam de sessões regulares de quimioterapia e radioterapia? A distância e o deslocamento frequente podem agravar o quadro de saúde e aumentar os custos para famílias já fragilizadas.
Especialistas em saúde pública destacam que o acesso próximo ao tratamento é fundamental para o sucesso terapêutico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que serviços oncológicos estejam disponíveis em locais acessíveis para evitar atrasos e abandono do tratamento.
De acordo com dados do IBGE, Paulo Afonso tem uma população significativa que depende exclusivamente do SUS para tratamentos complexos. A suspensão do atendimento local pode gerar sobrecarga nos centros de referência em outras cidades, como Lagarto.
A Secretaria de Saúde do Estado informou que está trabalhando para garantir o suporte necessário aos pacientes, mas não detalhou prazos para a retomada do serviço em Paulo Afonso.
“O deslocamento de centenas de quilômetros para tratamento oncológico é um desafio que pode comprometer a continuidade e a eficácia do cuidado”, afirma um especialista em oncologia consultado.
Pacientes e familiares agora enfrentam a realidade de viagens longas e frequentes, com impacto direto na qualidade de vida e no tratamento do câncer.