O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou nesta terça-feira (24) que será candidato à Presidência da República em 2026. A declaração foi dada durante entrevista em Brasília, quando o parlamentar destacou que, com o ex-presidente Jair Bolsonaro fora da disputa por estar inelegível até 2030, ele se coloca como nome natural da família para concorrer ao Palácio do Planalto.
A fala de Eduardo
“Com meu pai fora, eu sou candidato”, disse o deputado, ao ser questionado sobre os planos eleitorais. A frase reforça a expectativa de que um dos filhos de Jair Bolsonaro tente manter vivo o capital político do ex-presidente, que segue sendo uma das principais lideranças da direita no país.
Jair Bolsonaro fora da disputa
O ex-presidente foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A decisão o impede de concorrer a cargos públicos até 2030. Desde então, aliados discutem quem poderá assumir a liderança da direita nas próximas eleições presidenciais.
Eduardo na política
Com 40 anos, Eduardo Bolsonaro está em seu quarto mandato como deputado federal por São Paulo e é um dos filhos mais próximos do ex-presidente. Nos últimos anos, ganhou projeção em pautas ligadas à segurança pública e ao armamento civil, além de ter forte presença em redes sociais.
Ele também é conhecido por sua ligação com figuras políticas internacionais, principalmente da direita norte-americana, e já foi cotado para cargos diplomáticos durante o governo do pai.
O papel dos irmãos
A possibilidade de candidatura de Eduardo reacende a disputa interna entre os filhos de Jair Bolsonaro. Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro, já demonstrou interesse em se manter no Senado, enquanto Carlos Bolsonaro, vereador no Rio, tem atuação mais restrita à política local e ao campo digital.
A candidatura presidencial de Eduardo, portanto, surge como o movimento mais direto da família para tentar manter o bolsonarismo no centro do debate político nacional.
Apoio do PL e da base
A confirmação de Eduardo deve abrir discussões dentro do Partido Liberal (PL), legenda de Jair Bolsonaro e principal força de oposição ao governo Lula no Congresso. Até agora, a sigla não havia oficializado nenhum nome para 2026.
Dirigentes avaliam que Eduardo herda boa parte da base fiel do pai, mas precisará ampliar alianças para conseguir disputar em pé de igualdade com candidatos de centro e centro-direita, além de enfrentar a candidatura natural do PT à reeleição, caso Lula decida concorrer.
O que dizem analistas
Especialistas em ciência política avaliam que a candidatura de Eduardo pode unir o eleitorado bolsonarista, mas terá desafios fora da base tradicional. “Ele tem o carisma da família e a marca Bolsonaro, mas falta experiência executiva. O grande teste será se conseguirá dialogar com setores para além da direita radical”, explicou um cientista político ouvido pela reportagem.
Expectativa para 2026
A eleição presidencial de 2026 deve ter, novamente, forte polarização. De um lado, o campo governista ligado ao PT busca manter o poder; de outro, a direita tenta reorganizar forças após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.
Com a confirmação de Eduardo como candidato, o cenário começa a ganhar contornos mais claros. A tendência é que, nos próximos meses, outros nomes também se lancem para disputar o Planalto.