Um novo capítulo se abriu na eleição do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em São Francisco do Conde, na Bahia. O candidato à presidência, Luan Santos, vice-presidente do diretório municipal, veio a público para contestar a versão apresentada pelo deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), líder do Governo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). O embate gira em torno da composição das chapas e da suposta interferência da Executiva Nacional no pleito.
Conflito sobre a chapa
Em nota enviada a veículos de imprensa, Luan Santos destacou que Rosemberg Pinto não é apenas um apoiador de uma chapa, mas sim o próprio candidato à presidência do diretório municipal. O fato, segundo Santos, é que a esposa do deputado, Vanessa Dantas, atual secretária municipal de Educação, figura como vice na chapa encabeçada por Rosemberg. Esta informação, crucial para o entendimento da dinâmica eleitoral, estaria registrada na tese da chapa protocolada no sistema interno do partido.
A matéria sugere que Rosemberg é apenas apoiador de uma chapa, o que não condiz com a realidade. A ausência dessa informação relevante distorce o entendimento público sobre o processo, sobretudo por ser o veículo de imprensa com credibilidade na região, além de se tratar de um líder estadual do partido que ocupa lugar de destaque na política baiana.
Luan Santos lidera a chapa “Juventude, Coragem e Renovação para Mudar o PT”, composta por militantes antigos e jovens filiados. O grupo manifesta insatisfação com o que descrevem como a “formação de uma chapa familiar”, argumentando a falta de diálogo com a militância local do partido. O movimento busca, conforme os seus integrantes, promover uma renovação nas lideranças partidárias no município.
Renovação e publicidade da disputa
Luan Santos, que é filiado ao PT desde os 16 anos, também rebateu a declaração de Rosemberg Pinto sobre a publicização da disputa interna. Segundo Santos, a divulgação do processo eleitoral foi iniciada pela própria Vanessa Dantas em suas redes sociais, e não por sua chapa. O candidato ainda criticou a visão de que a fundação do partido no município confira ao deputado o direito de perpetuar um poder familiar, defendendo a importância da renovação geracional e o surgimento de novas lideranças, alinhado ao discurso do governador Jerônimo Rodrigues.
Ser fundador do partido no município, como o próprio deputado declarou, não lhe confere o direito de transformar o PT em um instrumento de reprodução de poder familiar, tampouco pode servir como justificativa para impedir a necessária renovação geracional e o surgimento de novas lideranças, como defende o próprio governador Jerônimo Rodrigues em seu governo.