A relação entre as candidaturas do Partido dos Trabalhadores (PT) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se mostrado cada vez mais dependente, com 10 em cada 10 candidatos referindo-se ao “time de Lula” ou aos “candidatos de Lula”. Essa prática, embora reconheça a importância de Lula como um influente eleitor, pode acabar banalizando sua imagem e contribuindo para a falta de renovação na política.
Um caso emblemático é o de Geraldo Jr. (MDB) em Salvador, que tem se esforçado para ser visto como um aliado próximo a Lula e ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em sua campanha, Geraldo foi obrigado a apresentar um vídeo em que Lula o menciona de forma pouco destacada, mas conseguiu captar a atenção do presidente em um evento lotado em Brasília.
Além de Geraldo, outros candidatos, como Zé Neto e Waldenor Cardoso, também se apegam à imagem de Lula para impulsionar suas campanhas. A situação chegou a um ponto em que há disputas judiciais para permitir que candidatos de partidos aliados usem a imagem de Lula, Jerônimo e outros líderes em suas campanhas, mesmo não sendo membros do PT.
Essa estratégia política, embora compreensível, pode ser vista como limitante em um momento em que a sociedade busca uma renovação política. O uso de Lula como uma “bengala” pode revelar uma dependência que os políticos precisam reconsiderar para atender à demanda por mudanças.