Uma parcela significativa do eleitorado brasileiro, 71%, considera certa a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição em 2026. Os dados são de um novo levantamento do Datafolha, que também aponta um crescimento da percepção do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) como um possível substituto na chapa governista. Embora a maioria dos entrevistados veja a candidatura de Lula como um fato, 54% deles avaliam que o atual presidente faria melhor se optasse por não disputar o pleito.
Cenário político em 2026
A pesquisa, realizada entre os dias 29 e 30 de julho, em 130 municípios brasileiros, com 2.004 pessoas maiores de 16 anos, revela um cenário dinâmico. A convicção sobre a intenção de Lula de se candidatar tem aumentado gradualmente: em abril, 62% dos eleitores já viam essa possibilidade, número que subiu para 66% no mês anterior e atingiu os atuais 71%, sempre considerando a margem de erro de dois pontos percentuais. Em contrapartida, a parcela que não acredita na reeleição de Lula diminuiu de 34% para 23% no mesmo período.
No grupo daqueles que defendem a desistência de Lula, a pesquisa observou uma leve redução, passando de 57% em junho para 54% agora. Por outro lado, 44% apoiam a ideia de o presidente concorrer novamente, um aumento em relação aos 41% registrados em junho.
Alckmin ganha força
Um dos destaques do levantamento é a ascensão de Geraldo Alckmin como possível sucessor na chapa petista. O vice-presidente viu suas menções saltarem de 18% no início de junho para 26% na pesquisa mais recente. Com esse avanço, Alckmin se aproxima do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que registrou uma queda, passando de 37% para 29% das citações.
A percepção positiva em torno de Alckmin pode estar relacionada a seu protagonismo em questões econômicas recentes, como as negociações com os Estados Unidos em meio à imposição de tarifas sobre importações brasileiras, processo que gerou grande visibilidade ao vice-presidente. Enquanto isso, Haddad tem enfrentado desafios como a relação com o Congresso e a gestão da complexa situação fiscal do país, além da polêmica envolvendo o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Outros nomes em destaque
Na mesma linha sucessória, outros nomes do governo foram citados: a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), com 13%, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), com 5%, e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT), com 3%.
Do outro lado do espectro político, o grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, também teve suas preferências mapeadas. Segundo o Datafolha, 30% dos eleitores ainda acreditam que Bolsonaro deve manter sua candidatura, mesmo cientes da futura impugnação. Contudo, a maioria, 67%, avalia que ele deveria indicar outro nome de seu grupo político para a disputa.
Entre os possíveis sucessores de Bolsonaro, os nomes mais apontados são o de sua esposa, Michelle Bolsonaro (PL), com 23%, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 21%. Em seguida, aparecem os filhos do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com 11%, e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com 9%. O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), é citado por 10% dos eleitores. Outros governadores mencionados são Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), com 6%, e Romeu Zema (Novo-MG), com 5%.