O ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, foi condenado pela Justiça de São Paulo a indenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em R$ 135,4 mil. A decisão, relacionada a danos morais, decorre da apresentação em PowerPoint realizada por Dallagnol em 2016, durante a denúncia do caso do tríplex do Guarujá. O juiz Carlo Brito Melfi, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), estabeleceu o prazo de 15 dias para o pagamento.
A defesa de Lula alegou que a entrevista coletiva daquele período se configurou como um “deprimente espetáculo de ataque à honra, à imagem e à reputação” do então ex-presidente. Essa acusação foi a base para a ação judicial que resultou na atual condenação.
Reação do ex-procurador
“Faria de novo mil vezes se eu tivesse mil vidas: colocar na cadeia e não na Presidência aqueles contra quem surgem fortes provas de corrupção.”
Em resposta à condenação, Dallagnol divulgou uma nota na qual reitera não haver arrependimento de suas ações, afirmando que agiria da mesma forma novamente. Ele criticou a decisão judicial, defendendo que os corruptos e seus protetores deveriam ser os alvos de punição.
O ex-procurador mencionou ainda o apoio de mais de 12 mil brasileiros, que, segundo ele, doaram espontaneamente valores que somaram mais de meio milhão de reais para auxiliar em processos judiciais. Dallagnol declarou que o montante excedente será direcionado a hospitais filantrópicos que prestam atendimento a crianças com câncer e com transtorno do espectro autista.