Cenário Político
Conteúdo antivacina nas redes sociais será monitorado pelo Governo Federal
Nova medida do governo visa combater a desinformação antivacina com monitoramento em tempo real nas principais redes sociais.
O governo federal do Brasil está implementando uma nova estratégia para enfrentar a disseminação de conteúdo antivacina nas redes sociais. Esta ação envolve a criação de um sistema de monitoramento em tempo real para rastrear e analisar a circulação de informações contrárias à vacinação em diversas plataformas digitais, incluindo YouTube, Telegram, Instagram, Facebook, Google, X (anteriormente Twitter) e WhatsApp. Este projeto é uma colaboração entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), que é parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Com um investimento de R$ 12,1 milhões, o objetivo é desenvolver ferramentas específicas para a coleta de dados, visando identificar e combater a propagação de informações falsas relacionadas à vacinação.
A iniciativa surge em resposta a uma preocupante redução na cobertura vacinal no Brasil, uma tendência que vem se agravando desde 2015 e foi exacerbada durante a pandemia de Covid-19. A desinformação nas redes sociais tem contribuído significativamente para esse declínio, influenciando negativamente a percepção pública sobre a segurança e a eficácia das vacinas. Isso, por sua vez, resultou em uma diminuição na adesão à vacinação contra o coronavírus, levando a um aumento evitável de casos e mortes relacionadas à doença.
Historicamente, antes da pandemia, os grupos antivacina no Brasil eram relativamente pequenos e concentrados, principalmente em comunidades específicas do Facebook, com cerca de 18 mil membros. Estes grupos costumam se opor à imunização infantil e promover estratégias para evitar a vacinação obrigatória necessária para a matrícula escolar. No entanto, o contexto da pandemia proporcionou um terreno fértil para o crescimento e fortalecimento desses movimentos, ampliando seu alcance e impacto.
O trabalho de monitoramento proposto visa não apenas rastrear a disseminação de conteúdos antivacina, mas também disponibilizar publicamente os resultados através de um painel acessível. Adicionalmente, as informações coletadas servirão de base para estudos científicos e estratégias de combate à desinformação, com o objetivo final de melhorar as taxas de vacinação no país e proteger a saúde pública.
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