A Comissão Europeia anunciou duas estratégias para ampliar o uso e o desenvolvimento da inteligência artificial no bloco, informou o Wall Street Journal. As iniciativas — a Estratégia de Aplicação de IA e a Estratégia de IA na Ciência — visam apoiar empresas e setores estratégicos, como saúde, manufatura e a administração pública, e tiveram repercussão internacional, incluindo menções ao Brasil e à Bahia.
“O futuro da IA seja construído na Europa”, disse Ursula von der Leyen.
O que foi proposto
As duas estratégias se complementam: uma foca em acelerar a adoção da IA na indústria e nos serviços públicos; a outra quer impulsionar pesquisa e inovação científica apoiadas por algoritmos avançados. Mas o que isso significa na prática?
- Um investimento previsto de cerca de €1 bilhão (US$ 1,17 bilhão) para financiar centros de pesquisa e o desenvolvimento de modelos mais avançados.
- Projetos e soluções específicas — por exemplo, triagens médicas automatizadas — para demonstrar aplicações concretas.
- Criação de um centro virtual de recursos para oferecer acesso a poder computacional, dados, talentos e financiamento a cientistas.
- Uma ferramenta interativa de conformidade para ajudar empresas a se adequarem à Lei de IA da UE.
Por que importa
Na visão da vice‑presidente executiva Henna Virkkunen, a proposta quer ajudar empresas e setores-chave a usar a IA para gerar benefícios concretos, aumentar a competitividade e reforçar a autonomia tecnológica europeia — é como abastecer motores de pesquisa e inovação para que a Europa avance com mais independência.
Contexto e críticas
O anúncio vem em um momento de preocupação com o atraso europeu em relação aos Estados Unidos e à China e com a dependência de tecnologias estrangeiras. Ao mesmo tempo, regras mais rígidas geraram críticas: empresas e grupos de lobby, entre eles Mistral AI e ASML, alertaram que um excesso de regulação poderia dificultar a liderança do bloco no setor.
Como desdobramento confirmado, o plano prevê a alocação dos recursos anunciados e a implementação das ferramentas de apoio e do centro virtual — passos práticos, segundo a Comissão, para promover a pesquisa, a inovação e a adoção industrial da IA na União Europeia.