Nos últimos dias a tensão entre China e Estados Unidos voltou a subir: Pequim limitou o acesso da Casa Branca a terras raras e o presidente Donald Trump respondeu ameaçando novas tarifas. O pano de fundo é uma disputa pela hegemonia tecnológica global — imagine duas potências jogando xadrez com chips e minerais no tabuleiro.
Contexto
Em parte, essas medidas vêm como resposta a sanções anunciadas pelos Estados Unidos com o objetivo de frear o avanço chinês em setores estratégicos, como semicondutores e inteligência artificial. Do outro lado, Pequim passou a insistir na busca por maior autossuficiência tecnológica.
Uma reportagem da Bloomberg diz que, durante um encontro de quatro dias do Comitê Central do Partido Comunista, o governo chinês discutiu um plano voltado a conquistar essa autossuficiência e fortalecer o mercado interno. No documento apareceu a expressão “forças produtivas de nova qualidade”.
O que o plano prevê
As autoridades guardaram detalhes, mas deixaram claro o objetivo: acelerar o desenvolvimento de tecnologias avançadas e aumentar a produtividade, com um horizonte de resultados em aproximadamente cinco anos. Em linhas gerais, o foco inclui:
- Investimentos em semicondutores e inteligência artificial;
- Integração de empresas nacionais à estratégia industrial;
- Incentivo ao consumo interno para criar demanda capaz de absorver a produção.
Entre as referências estão empresas como a Huawei e iniciativas como o DeepSeek, citadas como apostas para acelerar a capacidade chinesa em IA e reduzir dependência de fornecedores externos.
E na prática?
Como isso pode nos afetar? Em curto e médio prazo, pressiona cadeias tecnológicas globais e mercados de insumos — por isso observadores no Brasil, inclusive na Bahia, têm acompanhado de perto os desdobramentos. Medidas regulatórias e políticas públicas específicas devem ser anunciadas em fases subsequentes.
Até lá, tanto autoridades chinesas quanto órgãos do governo dos Estados Unidos mantêm declarações públicas e medidas em curso. Os responsáveis pelo plano chinês indicaram que as iniciativas concretas serão divulgadas aos poucos, com efeitos esperados ao longo dos próximos cinco anos.
Em suma: trata-se de um movimento estratégico de longo prazo, e os próximos anos devem dizer se a China conseguirá avançar rapidamente rumo à autossuficiência tecnológica.

