A Casa Branca anunciou, nesta sexta-feira (31), novas restrições ao acesso de jornalistas à Ala Oeste, em Washington, D.C. A mudança exige agendamento prévio para entrar na chamada Sala 140 — também conhecida como Upper Press — e limita a circulação perto de assessores próximos ao presidente Donald Trump.
O que mudou
Segundo um memorando do Conselho de Segurança Nacional, a entrada na Sala 140 deixou de ser livre para repórteres com credencial. Antes, profissionais credenciados podiam andar pelo espaço e conversar com a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, e outros membros da equipe de comunicação, mesmo fora das entrevistas formais.
No memo, o governo justificou a medida pela necessidade de proteger “material possivelmente sensível”. Também relatou episódios em que, segundo o documento, “alguns repórteres foram flagrados gravando vídeos, áudios e tirando fotos de informações confidenciais sem permissão” e que outros teriam “acessado áreas restritas ou escutado reuniões privadas a portas fechadas”.
E na prática?
Na prática, isso significa que repórteres precisarão agendar encontro com um membro autorizado da Casa Branca para ter acesso ao espaço. Para quem cobre o dia a dia do presidente, é uma mudança que reduz a circulação espontânea e os contatos informais entre jornalistas e porta-vozes.
- Acesso à Sala 140: só com agendamento;
- Limitação de circulação perto de assessores presidenciais;
- Justificativa oficial: proteção de informações sensíveis.
A Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA) criticou a decisão, chamando-a de retrocesso para a transparência e o acesso à informação. A medida ocorre meses depois de o governo já ter retirado as agências Reuters, Associated Press (AP) e Bloomberg News do grupo fixo que acompanha diariamente o presidente, limitando a participação desses veículos a convocações eventuais.
Analistas e repórteres veem a alteração publicada pelo memorando do Conselho de Segurança Nacional como uma das mudanças mais significativas na relação entre o governo e a imprensa desde o início do atual mandato. Resta ver como isso vai afetar o fluxo de informações e o trabalho cotidiano da cobertura presidencial.

