A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para autorizar a entrada de profissional de saúde na residência onde ele cumpre prisão domiciliar, em Brasília. Os advogados alegam agravamento de episódios persistentes de soluço e solicitaram análise célere do relator, ministro Alexandre de Moraes. A petição foi protocolada e registrada no sistema do STF nesta segunda-feira (13/10) e, até a publicação desta reportagem, não havia decisão.
Desde agosto, quando passou a cumprir prisão domiciliar por descumprimento de medidas cautelares, Bolsonaro teve idas autorizadas ao hospital para avaliação clínica. Em 16 de agosto, Moraes liberou a saída para exames no Hospital DF Star, com a exigência de apresentação de atestado de comparecimento. Na ocasião, boletim médico indicou imagem residual de duas infecções pulmonares possivelmente relacionadas a broncoaspiração, além de persistência de esofagite e gastrite, com recomendação de tratamento contínuo.
Em 16 de setembro, o ex-presidente voltou a passar mal, com crise de soluço, pressão baixa e vômitos, e foi levado ao hospital. Dias antes, ele havia sido diagnosticado com anemia por deficiência de ferro. No fim do mês passado, segundo relato do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o pai teve quatro episódios de vômito, e o médico da família permaneceu na residência durante a noite.
Pelas regras atualmente estabelecidas, Bolsonaro pode se dirigir ao hospital em caso de mal-estar, desde que haja comunicação prévia ao STF. Visitas políticas dependem de autorização do ministro, enquanto familiares não precisam de pedido individualizado, com manutenção das restrições, como a proibição de uso de celular e registros por vídeo durante as visitas.
O novo pedido busca permitir que a avaliação médica ocorra no próprio domicílio, evitando deslocamentos. A defesa sustenta que a medida facilitaria o acompanhamento e a adoção de condutas terapêuticas, diante da recorrência dos sintomas. As crises de soluço e refluxo estão associadas a sequelas das cirurgias abdominais realizadas após a facada sofrida pelo ex-presidente em 2018.