O ex-presidente Jair Bolsonaro tem apresentado melhora nas crises intensas de soluços que o acometeram nas últimas semanas, mas pessoas próximas relatam que ele está mais triste, retraído e emocionalmente abalado.
Desde julho, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília, onde enfrenta complicações de saúde decorrentes da facada sofrida em 2018, incluindo crises de soluços que chegaram a provocar vômitos e a necessidade de internação hospitalar. Em setembro, ele passou por cirurgia para retirada de lesões de pele e foi diagnosticado com câncer, além de anemia por deficiência de ferro.
Aliados que visitaram o ex-presidente nas últimas semanas relatam que, apesar da melhora física, o estado emocional de Bolsonaro se agravou. Ele tem demonstrado tristeza e momentos de choro, especialmente diante da proximidade do julgamento que pode definir o início do cumprimento de sua pena de 27 anos e 3 meses de prisão por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e outros políticos que estiveram com Bolsonaro destacaram seu abatimento e perda de peso. A defesa do ex-presidente protocolou pedidos no STF para ampliar o número de visitas de aliados políticos, ressaltando a importância do diálogo pessoal e político durante o período de prisão domiciliar.
O médico que acompanha Bolsonaro, Cláudio Birolini, informou que as crises de soluços se intensificam quando o ex-presidente se exalta ou fala por longos períodos, e que o tratamento medicamentoso para controle dessas crises está em curso, embora a causa exata ainda não tenha sido definida.
Enquanto isso, o cenário político permanece desfavorável para Bolsonaro, com o projeto de anistia para condenados pelo caso do 8 de janeiro parado no Congresso e o apoio internacional, antes mais sólido, enfraquecido. A direita brasileira também enfrenta divisões internas, aumentando o isolamento político do ex-presidente.

